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segunda-feira, 30 de março de 2020

Organizações populares fazem campanha de solidariedade com população de rua do Recife

Iniciativa começou na quarta (25) com 50 marmitas, mas meta é chegar a distribuir 300 - Divulgação/Sopão Solidário
POR BRASIL DE FATO

Tanto para prevenir os não infectados quanto para tratar as pessoas que tiveram diagnóstico positivo para o cronavírus, as recomendações de saúde são as mesmas: se manter em isolamento domiciliar; reforçar os cuidados com a higiene pessoal; se alimentar bem e beber bastante água. Mas, como ficam as recomendações para a população de rua? Sem domicílio, sem a possibilidade de preparar refeições diárias e poucas oportunidades de manter a higiene necessária para combater o coronavírus, essa parte vulnerável da população vem preocupando profissionais da saúde.

É nesse cenário que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) decidiu realizar no Recife ações de solidariedade. Inicialmente, com o projeto Marmita Solidária a proposta é, seguindo as recomendações sanitárias, distribuir marmitas para a população de rua concentrada nas redondezas do Armazém do Campo, que fica localizado no bairro Santo Antônio. 

No bairro, algumas ONG’s já realizavam o trabalho de distribuição de refeições, mas a recomendação de isolamento e a falta de estrutura sanitária para garantir o preparo das refeições acabou impondo a suspensão das atividades dessas organizações. Para o MST, o importante agora é ajudar os mais necessitados, como afirma Paulo Mansan, dirigente do movimento em Pernambuco “Apesar de nós termos muitas necessidades no próprio movimento, ali nas redondezas do Armazém tem gente passando fome. O MST está articulando as organizações nessa ação de solidariedade porque se dividirmos o pouco que a gente tem, alguns não passarão tanta necessidade. É uma ação pequena diante da demanda real, mas tem um impacto imediato na vida daquelas pessoas que estão ali próximas da gente”.

A proposta inicia nesta quarta (25) com 50 marmitas, mas tem a expectativa de crescer a partir de uma campanha de arrecadação e chegar a distribuir refeições para 300 pessoas. Também no sentido de evitar que as pessoas saiam de casa para contribuir, as doações vêm sendo feitas apenas via transação bancária. A iniciativa vem sendo tocada por diversas organizações ligadas á Frente Brasil Popular, como uma série de sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), organizações religiosas como a Pastoral do Povo de Rua e outros movimentos populares. 

Para coordenar a ação e garantir que a alimentação seja feita, embalada e distribuída sem risco de contaminação, o Setor de Saúde do MST, junto com outros profissionais da área vem acompanhando todo o processo.

Coronavírus expõe o racismo ambiental: negros são o corpo que o Estado secou


POR   Geledés

Por Paulo Ramos no Rede Brasil Atual

O saneamento básico e a distribuição de água potável nas favelas e periferias jamais foram serviços efetivamente oferecidos no Brasil. Nesses territórios de extrema vulnerabilidade, atores demarcados por classe, gênero, sexualidade e sobretudo ‘raça’, em que negros e negras têm seus corpos marcados de forma atemporal, são condicionados a sobreviver na miséria.

Em tempos de pandemia de coronavírus e quarentena, para sobreviver precisamos de procedimentos de higienização do corpo, mas antes o saneamento básico e a água potável são fundamentais, não só para limpeza, mas para o bem comum.

Sabemos, no entanto, que o princípio da universalidade constituído ao bem comum não atende às demandas do povo preto e periférico. A seletividade aos corpos pretos impede o acesso a direitos e às instituições de Justiça, e nessa perspectiva o direito ambiental é uma das faces das estruturas racistas.

As práticas racistas na sociedade quanto ao meio ambiente reproduzem o racismo institucional, resultando no racismo ambiental. O conceito de racismo ambiental teve origem nos Estados Unidos (1970), diante da poluição de uma fábrica, a partir dos descasos que afetaram a maioria da população de cor preta. Os negros norte-americanos começaram a protestar e tratar tal situação como uma luta por justiça ambiental, priorizando a isonomia e a equidade nas relações sociais. Diante daquela situação desumana, o meio ambiente passou a ser pleiteado como um direito fundamental para uma vida saudável.

A jornalista e pesquisadora Tânia Pacheco, coordenadora-executiva do projeto Mapa de Conflitos envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil, na Fiocruz (RJ), enfatiza que no caso brasileiro poderíamos dizer que desigualdade e exclusão andam em sintonia. “Maior que e menor são meros sinais matemáticos, pois determinam a privação de algo bem mais importante que determinadas funções. Estabelecem diferenças que se traduzem de forma contundente: de um lado, uma absurda concentração de riquezas; do outro, a privação, o desrespeito à dignidade, a classificação econômica abaixo da linha da indigência. Para uns, desdobra num exercício abusivo da noção de cidadania plena, para outros significa simplesmente a falta sequer da garantia dos direitos básicos, ou seja; não cidadania.”

A desigualdade é um dos fatores determinantes, mas a raça/cor é um delimitador para retirar a garantia de cidadania de cada indivíduo marcado por um sistema de opressão edificado nas dinâmicas da escravidão. O poema Navio Negreiro, do poeta abolicionista Castro Aves (1847-1871) sintetiza o confinamento dos negros escravizados: E a fome, o cansaço, a sede/ Ai! quanto infeliz que cede/ E cai pra não mais se erguer!.. / Vaga um lugar na cadeia/ Mas o chacal sobre areia/ Acha o corpo e quer roer/ Ontem a Serra Leoa/ A guerra, caça ao leão/ O sono dormido à toa Sob as tendas d’ amplidão/ Hoje… o porão negro, fundo, Infecto, apertado, imundo, Tento a peste por jaguar (…). A oralidade construída por meio da poética confirma um passado que se repete no presente, mas de outras formas, direcionado à mesma raça-cor.

Diante do acontecimento devastador da pandemia do coronavírus é preciso lembrar que as favelas e periferias já sobrevivem ao isolamento da exclusão social e à insegurança da violência policial, somados ao racionamento da água potável e à falta de saneamento básico.

Neste período, as favelas habitadas em sua maioria pelo povo preto e pobre pedem socorro, atenção e gritam aos quatro ventos por água para que suas mãos possam ser lavadas, ensaboadas e higienizadas com o sabão bruto que resta, por que o álcool em gel não existe mais. A favela negra, com casas apertadas, infectadas como o navio negreiro de Castro Alves.

A palavra “secar” pode ter diversas acepções: “enxugar-se, esgotar, deixar de correr, fazer cessar, paralisar, emagrecer, reduzir, zerar, desaguar ou definhar.”

Esse esgotamento do corpo que Estado prática desde o Brasil Colônia é verbalizado em corpos marcados. Todavia, esse definhamento é o processo contínuo de uma herança escravocrata que se reflete no racismo institucional. O meio ambiente consubstanciado ao princípio da universalidade se reduz nas práticas racistas das instituições públicas, excluindo determinados grupos da contemplação e usufruto do bem comum.

O Brasil tem a maior vegetação da América do Sul, além de concentrar a maior quantidade de água potável. Apesar disso, é o país com maior número de pessoas em estado vulnerabilidade no tocante ao acesso aos recursos naturais essenciais, que lhes são negados. Segundo dados oficiais (Unicef Brasil, 2017), cerca de 29 milhões de brasileiros não usufruem dos serviços de saneamento básico e 6,2 milhões não têm água potável em suas casas. Distribuição de água e saneamento básico são pautas distantes de uma política pública efetiva.

Todo esse aparelhamento estatal e soberano é uma herança aos corpos negros habitantes das favelas, morros, mangues, becos e ruelas nas periferias e favelas do Brasil.

O corpo que o Estado sistematicamente seca na falta do saneamento básico e água potável paulatinamente enfraquece e definha corpos d’ águas, no entanto, é reprodução de uma prática colonizadora.

Paulo Ramos é jurista, mestrando no programa de Ciências Sociais e membro do Observatório do Racismo na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP)

Movimentos populares elaboram 20 propostas contra a pandemia de covid-19


POR Rede Brasil Atual

Por Caroline Oliveira | Brasil de Fato

Brasil de Fato – Movimentos populares de alcance nacional publicaram documento com 20 propostas para o enfrentamento da pandemia causada pelo novo coronavírus. As proposições serão peticionadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, mas o documento também deve servir para pressionar as autoridades locais, de cada estado e município, a seguirem as medidas. 
Os movimentos afirmam que o documento foi elaborado em um movimento contrário aos posicionamentos e políticas encampados pelo presidente Jair Bolsonaro, a exemplo da Medida Provisória (MP) 927. Publicada na última segunda-feira (23), ela previa a suspensão de contrato de trabalho e salário por quatro meses. Uma segunda MP revogou esse trecho, mantendo, contudo, a suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho e o adiamento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Segundo Raimundo Bonfim, diretor da Associação dos Moradores Nova Heliópolis e coordenador da Central dos Movimentos Populares (CMP), uma das entidades que assinou o documento, o objetivo é apontar respostas concretas à crise causada pela pandemia da covid-19 do ponto de vista dos movimentos populares urbanos. 
“O objetivo é apontar as medidas do ponto de vista que nós entendemos que devem ser tomados para enfrentar a crise. Para além da solidariedade dos nossos grupos que estão na base, nas velas, periferias, nós estamos apontando também as medidas que o governo deve tomar”, detalha Bonfim. 
Ele explica que a “grande” preocupação dos movimentos é sobre a necessidade de o Estado fazer um processo de distribuição de itens de prevenção ao novo coronavírus, como máscaras e álcool em gel. Isso porque “a grande maioria dessa população da favela, nos cortiços, nas ocupações e periferias está empregada com baixo salário, na informalidade. Essas pessoas não têm condições sem uma renda, sem um salário, de ficar no isolamento social”, defende.
Creuzamar de Pinho, assistente social e coordenadora da União Nacional por Moradia Popular (UNMP), afirma que a principal preocupação é a questão do isolamento social, que traz a falta de renda para as famílias, a questão da alimentação, das tarifas, aluguel, água e luz. “Nós precisamos preservar a vida e garantir a sobrevivência. E a sobrevivência depende desse processo da circulação, dessa troca, comercialização que é o que a cidade nos oferece permanentemente”, disse.
Nas favelas de todo o país, são cerca de 13,6 milhões de moradores, de acordo a pesquisa “Economia das Favelas – Renda e Consumo nas Favelas Brasileiras”, desenvolvida pelos institutos Data Favela e Locomotiva, em 2019. Cerca de 100 milhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico, conforme estudo do Instituto Trata Brasil, de 2019. Além disso, 35 milhões de cidadãos não têm acesso a uma rede de água potável, segundo o Painel Saneamento Brasil, também do Instituto Trata Brasil, de 2019.
Diante do cenário agravado pela pandemia, Pinho acredita que os movimentos sociais precisam encampar as medidas propostas como bandeira de luta. “Tendo em vista que quem mais sofre com esse problema da pandemia são as nossas bases. A nossa base toda, nas periferias, nos programas sociais, os mais vulneráveis, que é a nossa população, é quem mais sofre na ponta as consequências dessa crise sanitária e econômica pela qual o Brasil está passando”, acrescentou.

Medidas propostas

As medidas propostas incluem ações mais concretas, como a distribuição de produtos de higiene e cestas básicas; mas também proposições mais gerais, como a revogação da Emenda Constitucional 95, mais conhecida como emenda do Teto de Gastos, que limitou o crescimento das despesas públicas durante 20 anos. 
Entre as propostas, estão o fim de todos os despejos e remoções na cidade e no campo, a suspensão do pagamento das prestações dos imóveis adquiridos pelo programa Minha Casa, Minha Vida, assim como do pagamento de contas de água, luz, aluguel e gás e a distribuição domiciliar gratuita de cestas básicas e produtos de limpeza e higiene. 
Também está no documento a ampliação e o aumento do Bolsa Família para um salário mínimo e a criação de um programa emergencial de renda mínima a todos os brasileiros sem vínculo formal de trabalho durante a pandemia, com a transferência de meio salário mínimo por mês para cada pessoa com mais de 18 anos.
Entre as medidas de maior abrangência, estão a nacionalização e estatização dos hospitais, laboratórios e quebra das patentes, a execução das dívidas dos grandes sonegadores e a taxação de grandes fortunas, de remessas de lucros e dividendos para o exterior, dos lucros dos bancos, com redirecionamento do valor arrecadado para um fundo de emergência a ser distribuído entre estados e municípios.
Os movimentos também pedem a suspensão do pagamento das dívidas públicas, incluindo a dos estados e municípios com a União “e de todas as reformas que prejudicam o povo”, como a Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista. Para os médios comerciantes e agricultores, propõem uma linha de crédito com juros zero, assim como, para os trabalhadores, a manutenção de todos os empregos com pagamento de salário, ampliação e aumento do seguro desemprego. 
Segundo Raimundo Bonfim, os movimentos sociais também têm como objetivo, a partir do documento, fazer um debate com a sociedade sobre a importância dos investimentos públicos em saúde e educação. “É importante também nós fazermos um amplo debate em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), de mais Estado, porque grande parte da população estava caindo no engodo de menos Estado, privatização, enxugamento.”
Fazem parte dos movimentos que elaboraram o documento a Central dos Movimentos Populares (CMP), a Confederação Nacional de Associações de Moradores (CONAM), o Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM), o Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), o Movimento de Luta dos Bairros e Favelas (MLB) e a União Nacional por Moradia Popular (UNMP).

domingo, 29 de março de 2020

Metade dos brasileiros não tem acesso a saneamento básico

Foto: Organização Mundial da Saúde

POR Observatório do 3° Setor

Por: Isabela Alves
Quase 100 milhões de brasileiros não possuem cobertura da coleta de esgoto e 35 milhões não tàm acesso a água tratada. Os dados são do relatório ‘Ranking do Saneamento 2020’, divulgado pelo Instituto Trata Brasil.
O levantamento aponta que as regiões Norte e Nordeste continuam sendo as que possuem os piores índices de coleta de esgoto. Das 10 cidades com os piores indicadores, nove pertencem a essas duas regiões, sendo que Belém (PA), Manaus (AM), Macapá (AP) e Porto Velho (RO) são as que vivem a situação mais alarmante.
Ananindeua, município brasileiro do estado do Pará, registrou o pior índice de esgoto coletado no país, com apenas 2,05%.
Outro problema apontado pelo estudo é que um terço da água tratada nas grandes cidades brasileiras é desperdiçada, ou seja, a cada 10 litros, 3 se perdem. O desperdício ocorre principalmente por vazamentos nas tubulações, erros de leitura de hidrômetros, roubos e fraudes.

sexta-feira, 27 de março de 2020

Homilia do Papa Francisco na celebração extraordinária de oração pela pandemia da Covid-19


POR Portal das Cebs

Ao entardecer…» (Mc 4, 35): assim começa o Evangelho, que ouvimos. Desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos, todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados «vamos perecer» (cf. 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos.
Rever-nos nesta narrativa, é fácil; difícil é entender o comportamento de Jesus. Enquanto os discípulos naturalmente se sentem alarmados e desesperados, Ele está na popa, na parte do barco que se afunda primeiro… E que faz? Não obstante a tempestade, dorme tranquilamente, confiado no Pai (é a única vez no Evangelho que vemos Jesus a dormir). Acordam-No; mas, depois de acalmar o vento e as águas, Ele volta-Se para os discípulos em tom de censura: «Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (4, 40).
Procuremos compreender. Em que consiste esta falta de fé dos discípulos, que se contrapõe à confiança de Jesus? Não é que deixaram de crer N’Ele, pois invocam-No; mas vejamos como O invocam: «Mestre, não Te importas que pereçamos?» (4, 38) Não Te importas: pensam que Jesus Se tenha desinteressado deles, não cuide deles. Entre nós, nas nossas famílias, uma das coisas que mais dói é ouvirmos dizer: «Não te importas de mim». É uma frase que fere e desencadeia turbulência no coração. Terá abalado também Jesus, pois não há ninguém que se importe mais de nós do que Ele. De facto, uma vez invocado, salva os seus discípulos desalentados.
A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade. A tempestade põe a descoberto todos os propósitos de «empacotar» e esquecer o que alimentou a alma dos nossos povos; todas as tentativas de anestesiar com hábitos aparentemente «salvadores», incapazes de fazer apelo às nossas raízes e evocar a memória dos nossos idosos, privando-nos assim da imunidade necessária para enfrentar as adversidades.
Com a tempestade, caiu a maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela abençoada pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos.
«Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Nesta tarde, Senhor, a tua Palavra atinge e toca-nos a todos. Neste nosso mundo, que Tu amas mais do que nós, avançamos a toda velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»
«Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Senhor, lanças-nos um apelo, um apelo à fé. Esta não é tanto acreditar que Tu existes, como sobretudo vir a Ti e fiar-se de Ti. Nesta Quaresma, ressoa o teu apelo urgente: «Convertei-vos…». «Convertei-Vos a Mim de todo o vosso coração» (Jl 2, 12). Chamas-nos a aproveitar este tempo de prova como um tempo de decisão. Não é o tempo do teu juízo, mas do nosso juízo: o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é. É o tempo de reajustar a rota da vida rumo a Ti, Senhor, e aos outros. E podemos ver tantos companheiros de viagem exemplares, que, no medo, reagiram oferecendo a própria vida. É a força operante do Espírito derramada e plasmada em entregas corajosas e generosas. É a vida do Espírito, capaz de resgatar, valorizar e mostrar como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho.
Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras.
«Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» O início da fé é reconhecer-se necessitado de salvação. Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos: precisamos do Senhor como os antigos navegadores das estrelas. Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. Confiemos-Lhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas más. Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida nunca morre.
O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar.
O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor. No meio deste isolamento que nos faz padecer a limitação de afetos e encontros e experimentar a falta de tantas coisas, ouçamos mais uma vez o anúncio que nos salva: Ele ressuscitou e vive ao nosso lado. Da sua cruz, o Senhor desafia-nos a encontrar a vida que nos espera, a olhar para aqueles que nos reclamam, a reforçar, reconhecer e incentivar a graça que mora em nós. Não apaguemos a mecha que ainda fumega (cf. Is 42, 3), que nunca adoece, e deixemos que reacenda a esperança.
Abraçar a sua cruz significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de omnipotência e possessão, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. Significa encontrar a coragem de abrir espaços onde todos possam sentir-se chamados e permitir novas formas de hospitalidade, de fraternidade e de solidariedade. Na sua cruz, fomos salvos para acolher a esperança e deixar que seja ela a fortalecer e sustentar todas as medidas e estradas que nos possam ajudar a salvaguardar-nos e a salvaguardar. Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança.
«Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Queridos irmãos e irmãs, deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de vos confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo desça sobre vós, como um abraço consolador, a bênção de Deus. Senhor, abençoa o mundo, dá saúde aos corpos e conforto aos corações! Pedes-nos para não ter medo; a nossa fé, porém, é fraca e sentimo-nos temerosos. Mas Tu, Senhor, não nos deixes à mercê da tempestade. Continua a repetir-nos: «Não tenhais medo!» (Mt 14, 27). E nós, juntamente com Pedro, «confiamos-Te todas as nossas preocupações, porque Tu tens cuidado de nós» (cf. 1 Ped 5, 7).
Vaticano, 27 de março de 2020

Brigada médica cubana chegará a Angola para combater novo coronavírus


POR Cuba en Datos: Mujeres más que hombres, empoderadas pero... (+ ...

Cerca de 256 especialistas e profissionais de saúde de Cuba, membros da brigada Henry Reeve, chegarão a solo angolano para combater a disseminação do novo coronavírus SARS CoV-2 , declarado pandemia em 11 de março pela Organização Mundial da Saúde (OMS). )
Conforme publicado pela embaixada cubana na nação africana em sua conta oficial no Twitter, os médicos da maior das Antilhas se unirão aos esforços já feitos pelo governo de Luanda para enfrentar o vírus, causando o COVID-19.
“#Angola Public Television (TPA) relata que aproximadamente 256 profissionais de saúde #Cuba se unirão aos esforços deste país africano para enfrentar o COVID-19. #CubaSalvaVidas ”, twittou a sede diplomática.
Anteriormente, no dia 23, Sílvia Lutucuta, Ministra da Saúde da República de Angola, expressou publicamente a decisão de seu governo de solicitar assistência médica a Cuba, devido à vasta experiência dos profissionais da ilha no combate a vários doenças.
Nos últimos dias, a nação das Antilhas colocou à disposição dos países carentes várias brigadas médicas, que já trabalham na Venezuela, Nicarágua, Belize, Suriname e na região norte da Itália da Lombardia.
Cuba e Angola estabeleceram relações diplomáticas em 11 de novembro de 1975 e, desde então, mantêm laços históricos forjados na luta pela independência e defesa da soberania da nação africana.
Ambas as nações desenvolveram relações de cooperação em setores como saúde, construção, educação, ciência e tecnologia, agricultura, defesa, energia e recursos hídricos.
Em Angola, mais de 800 profissionais cubanos de saúde e mais de 1.000 assistentes educacionais atendem, enquanto no país do Caribe mais de 2.000 jovens angolanos estudam e cerca de 7.000 profissionais se formaram.
(Com informações de Granma)

quinta-feira, 26 de março de 2020

LUTO! O adeus ao lendário Apple Gabriel, ex-membro do Israel Vibration!


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Albert “Apple” George Craig, um dos fundadores do lendário trio vocal jamaicano “Israel Vibration” nos deixou na última segunda-feira, segundo fontes próximas ao artista. Ele estava internado desde o início de março em Atlanta, nos Estados Unidos, onde vivia.

Apple nasceu no dia 24 de abril de 1955 e estava prestes a completar 65 anos de idade, mas sucumbiu diante de complicações decorrentes de diabetes, um AVC que paralisou um lado do seu corpo e outros problemas de saúde combinados. Ele foi autor e cantor de alguns dos principais sucessos do Israel Vibration, como “There is no End” e “Rudeboy Shufflin”. Apple permaneceu no grupo até 1997, dando início a uma carreira solo que não obteve muito sucesso, lançando apenas três álbuns em 23 anos.


(Ao vivo com "There Is no End")


Sua memória continuará viva através de clássicos álbuns como “The Same Song”, “Unconquered People”, “Strenght of my Life”, “Praises”, “Forever”, “On the Rock” e “Live Again”. O Israel Vibration, desde 1997 segue com Skelly e Wiss, acompanhados pela Roots Radics.


(Foto de Apple, postada pelo próprio, no hospital dia 07/03)


Tivemos o prazer de trabalhar com o cantor em uma grande turnê - REGGAE HEROES - ao lado do não menos lendário Don Carlos e a cantora Aline Duran, no ano de 2009. Sem dúvida uma grande perda para o mundo do Reggae. Descanse em paz!

Mineradora inglesa Anglo American quer explorar terras indígenas na Amazônia


POR 

Maior produtora de platina do mundo, a mineradora Anglo American, com sede na Inglaterra e na África do Sul, tem planos para explorar cobre, ouro, níquel e manganês em requerimentos que incidem sobre terras indígenas na Amazônia brasileira.
A reportagem é de Maurício Angelo, publicada por Mongabay e reproduzida por Amazônia.org, 23-03-2020.
Os dados obtidos pela Mongabay mostram que, além da própria companhia, a Anglo American também utiliza para isso duas subsidiárias brasileiras, as mineradoras Itamaracá e Tanagra. A prática torna mais difícil que os requerimentos registrados na Agência Nacional de Mineração (ANM) sejam relacionados diretamente com a Anglo.
Somadas, as três empresas têm 296 pedidos de pesquisa e disponibilidade em terras indígenas (TIs) que vão de RoraimaAmapá e Rondônia até o Pará, estado que é o principal alvo da multinacional. As terras visadas incluem algumas com a presença de povos indígenas isolados, como é o caso da Yanomami, em Roraima, e das Kayapó e Tucumaque, no Pará.
Quase a totalidade dos requerimentos datam da década de 1990, quando a regulamentação da exploração mineral em terras indígenas começou a ser oficialmente planejada e ganhou um projeto de lei do ex-senador, ministro e ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Romero Jucá.
PL 191/2020, encaminhado recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso, cumpre exatamente o que grandes mineradoras esperavam há décadas, liberando a exploração mineral em Tis e retirando o poder de veto dos povos indígenas.

TI Sawré Muybu, no Pará, é alvo de requerimento de 2019

O caso mais recente de requerimentos protocolizados pela própria Anglo American é o pedido de pesquisa para minério de cobre que incide sobre a Terra Indígena Sawré Muybu, onde vive o povo Munduruku, no Pará.
São cinco requerimentos registrados em 2017 e 2019, com autorização de pesquisa. A movimentação mostra que a Anglo American não só continua prospectando minérios na Amazônia como conta justamente com um marco regulatório federal como o proposto por Bolsonaro.
TI Sawré Muybu, localizada às margens do Rio Tapajós e próxima da cidade de Itaituba, está com a demarcação paralisada desde 2016. Este é o caso de centenas de terras indígenas no Brasil, que estão com o processo de reconhecimento parado em função de pressões políticas e do agronegócio.
No caso da Sawré, o povo Munduruku do Médio e Alto Tapajós partiu para a autodemarcação da TI, além de monitorar e proteger o território de forma autônoma, defendendo a área de invasores como madeireiros e garimpeiros.
Com o mapa do seu território em mãos, munidos de GPS e com o auxílio de lideranças locais, os Munduruku registram as invasões e ameaças enquanto lutam pela demarcação. Somente em 2016 os Munduruku conquistaram a publicação do relatório circunstanciado de identificação e a delimitação da terra indígena Sawré Muybu, primeira etapa do processo demarcatório.
Além do garimpo, da exploração ilegal de madeira e do interesse de multinacionais como a Anglo American, a TI ainda enfrenta a ameaça de construção da hidrelétrica São Luís do Tapajós, atualmente paralisada, que alagaria parte da terra indígena.
Questionada sobre qual seria a justificativa para o pedido de pesquisa de minério de cobre dentro da TI Sawré Muybu e sobre como avalia o PL 191/2020 de Jair Bolsonaro, a Anglo American optou por não responder as perguntas da reportagem.
No total, foram enviadas dez perguntas detalhadas para a Anglo American, colocando em questão vários pontos problemáticos que os quase 300 pedidos em Tis que a empresa tem em conjunto com as suas subsidiárias.
Em nota, a Anglo se limitou a afirmar que “fez requerimentos de pesquisa mineral na Amazônia com base em dados geológicos disponíveis. A autorização para realizar esses trabalhos de pesquisa mineral será concedida ou não pelas autoridades competentes. A Anglo American somente executa trabalhos de pesquisa mineral em áreas devidamente autorizadas.”
Associação Indígena Pariri, que representa os Munduruku do Médio Tapajós, tem sistematicamente se posicionado contra a mineração dentro de territórios indígenas. “Vamos continuar a manifestação contra a regulamentação da mineração em terra indígena e pela saída imediata dos garimpeiros das nossas terras. Não vamos aceitar mais destruição. Nossos rios estão poluídos com mercúrio, nossos peixes estão morrendo. Vamos retomar o controle do nosso território, temos o nosso próprio governo e todos têm que respeitar. Não vamos parar esta luta até solucionar os nossos problemas”, afirmam.
Presente na reunião convocada pelo cacique Raoni em janeiro, os Munduruku acusaram o presidente Bolsonaro de genocídio.
“Viemos denunciar o Presidente da República do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, por estar cometendo e incentivando o genocídio, etnocídio e ecocídio. Estamos aqui para dizer que esse presidente está nos matando cada vez mais, tirando nossos direitos que estão escritos na Constituição Federal de 1988. Bolsonaro incentiva a nossa morte por meio da mineração, grileiros (que contratam pistoleiros para nos matar) hidrelétricas, ferrovia (Ferrogrão) e arrendamento das Terras Indígenas”, declaram.
Indígenas Munduruku expulsam invasores da TI Sawré Muybu (PA). (Foto: Povo Munduruku | Divulgação)

Desistências podem ser retomadas

Os dados mostram que a Anglo American, em conjunto com as subsidiárias Tanagra e Itamaracá, desistiu em 2015 de 111 requerimentos de pesquisa para explorar ouro, níquel e cobre, com destaque absoluto para o ouro, em diversas terras indígenas. A prevalência de requerimentos vai para as Tis Trincheira Bacajá, no ParáIgarapé Lourdes e Sete de Setembro, em Rondônia.
Segundo a Agência Nacional de Mineração, no entanto, quando uma empresa desiste de um requerimento mineral, a área é novamente aberta para disponibilidade e a mesma empresa pode participar da disputa novamente, caso deseje. “Todos os interessados podem participar do processo de Disponibilidade, inclusive a empresa que apresentou a desistência, que vai participar do processo de Disponibilidade de igual para igual com os outros pretendentes”, afirmou a ANM em resposta à reportagem.
Questionada, a Anglo American confirmou a desistência dos pedidos citados, que representam pouco mais de um terço do total, mas não respondeu se pretende participar novamente da Disponibilidade para as mesmas áreas no futuro.
“A empresa realizou uma revisão de seu portfólio e desistiu de todos os requerimentos em áreas de pesquisa em terras indígenas até 2015. Requerimentos de pesquisa vigentes que porventura margeiem terras indígenas podem apresentar blocos com interferências nesses territórios. Nesses casos, cabe à Agência Nacional de Mineração (ANMdemarcar corretamente os blocos fora das áreas ou reservas indígenas”, afirmou a Anglo American.
Esse é o caso de três requerimentos da Itamaracá para explorar ouro em Tis de Rondônia, bloqueados em 2018 em função da Ação Civil Pública n.º 3392-26.2005.4.01.4100/RO. Os requerimentos incidem sobre as Tis Sete de SetembroZoró e buffer de 10 km da TI Roosevelt, do povo indígena Cinta Larga.
Na ação, o Ministério Público Federal afirma que “a posição dúbia do DNPM (atual Agência Nacional de Mineração) tem incentivado a especulação sobre as terras indígenas povo Cinta Larga e contribuído para a perpetuação da violência contra a comunidade. (…) O conflito é decorrente das consequências da mineração nessas áreas com a inevitável degradação do meio ambiente e isto tem um efeito devastador para as populações indígenas tais como o assoreamento e contaminação de rios e igarapés por mercúrio, transmissão de doenças, como tuberculosegripelepra e mudança de hábitos tradicionais da comunidade”.
Mapa com os processos minerários existentes na Renca. (Foto: ISA)
Renca também é alvo de Bolsonaro. As mineradoras Tanagra e Itamaracá têm 27 requerimentos de pesquisa de ouro dentro da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), entre o Pará e o Amapá, uma das áreas mais preservadas da Amazônia. Todos os requerimentos estão sobre a TI Rio Paru D’Este, parte da reserva.
Os pedidos foram bloqueados em 2017 após a abertura da área para a exploração pelo ex-presidente Michel Temer, que foi obrigado a recuar após enorme repercussão internacional contra a medida.
Criada em 1984, no fim da ditadura militar, a Renca é uma área visada há décadas pela mineração. Além do PL encaminhado ao Congresso, Jair Bolsonaro, um entusiasta do pensamento e da prática da ditadura no caso dos povos indígenas e da Amazônia, já afirmou diversas vezes que pretende abrir novamente a Renca para exploração.
A área, uma floresta preservada de 46.450 quilômetros quadrados, equivalente à metade do tamanho de um país como Portugal, passou a ser alvo de revisão desde o início da gestão Bolsonaro.
Renca tem cinco áreas protegidas, sendo duas terras indígenas e três unidades de conservação de proteção integral. De acordo com estudos da WWF, cerca de 30% da Renca poderia ser minerada. Ouro, ferro, fosfato, titânio, manganês, nióbio, fósforo e tântalo são os minerais alvo da cobiça de grandes empresas, que podem ter em breve a autorização oficial para explorar com a aprovação do PL 191/2020 e a possível extinção ou diminuição drástica da área da Renca.
Anglo American não respondeu se os acionistas da empresa ao redor do mundo estão cientes dos quase 300 requerimentos minerários que incidem sobre terras indígenas e dos planos de pesquisa e exploração da empresa na Amazônia.

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Em meio à pandemia de coronavírus, os EUA de forma criminosa ampliam sua lista de sanções contra o Irã

Foto: Atta Kenare / AFP.
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Departamento do Tesouro dos EUA Tem anunciou sanções contra 15 indivíduos e cinco entidades Irã na quinta-feira no âmbito de um anti - programa de terrorismo.
As empresas afetadas estão ligadas aos setores de navegação, comercial e construção . Uma empresa química também foi sancionada .
"O Irã usa uma rede de empresas de fachada para financiar grupos terroristas em toda a região, desviando recursos do povo iraniano e priorizando os terroristas sobre as necessidades básicas de seu povo", disse o secretário do Tesouro Steven Mnuchin. "Os Estados Unidos mantêm amplas exceções e autorizações para ajuda humanitária, incluindo produtos agrícolas, alimentos, medicamentos e dispositivos médicos para ajudar o povo do Irã a combater o coronavírus", acrescentou.
Segundo o Departamento do Tesouro, os indivíduos e entidades sancionados "prestam apoio ou agem em nome da Guarda Revolucionária Islâmica, além de transferir ajuda letal para milícias terroristas apoiadas por Teerã no território iraquiano". Entre outras atividades, essas entidades e indivíduos, continua a declaração, "contrabando cometido ou apoiado, lavagem de dinheiro, venda de petróleo iraniano à Síria, contrabando de armas para o Iraque e o Iêmen.
(Retirado de RT )