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quinta-feira, 16 de abril de 2020

O que está por trás do discurso de ódio





Lamentavelmente, no panorama europeu de renascimento do neofascismo, a Espanha já não é uma exceção. Ela acaba de ser tingida, quase de surpresa, com as pinceladas da cor obscurantista e xenófoba que estão avançando por toda parte no Velho Continente, a cor da ultradireita. Demonstra-se, mais uma vez, a sagacidade da afirmação do grande Dom Quixote: “Não há memória que o tempo não apague”.

Embora a Espanha tenha no momento apenas um grupo minúsculo, o Vox, ele é parte de uma onda de nacional-populismo neofascista que se espalha pelo mundo todo de maneira traiçoeira. Está se abrindo, sem dúvida, uma nova era de desafios importantes e sérios que as democracias terão de enfrentar, provavelmente durante umas décadas. É inegável que a globalização liberal posta em marcha no final do século passado entrou em uma fase crítica, devido à sua patente e consciente desregulação caótica, responsável por suas contradições atuais. A busca de um novo equilíbrio econômico-social planetário é, portanto, imprescindível. Enfrentar o desafio deste novo período exige imperativamente que as democracias encontrem modelos econômicos e sociais que apostem, de forma efetiva, na eliminação da grande brecha atual da desigualdade, na solidariedade, que são expectativas da imensa maioria da população arraigada na civilização do respeito mútuo e da dignidade. Ao mesmo tempo, no entanto, chama a atenção o aparecimento − como consequência dos efeitos desagregadores da globalização − de camadas sociais reacionárias étnica, cultural e politicamente, que se identificam com um discurso de ódio de experiência remota. Trata-se de uma tendência mundial, cujas características comuns são tão importantes quanto suas diferenças.

Nos EUA, a ascensão de Donald Trump veio acompanhada de uma mudança de fundo, ao mesmo tempo demográfica e racial: os trabalhadores brancos de Kansas, Detroit, Texas e outros lugares do país apoiam o magnata imobiliário porque ele promete frear a chegada dos latinos, não pagar serviços sociais aos afro-americanos, acabar com o relativismo dos valores. Eles não temem apenas perder o emprego por competir com outros países, eles também têm medo dos fundamentos da igualdade institucionalizada, assim como da mistura demográfica e étnica que a política de Barack Obama encarnava. Um temor transformado em combustível político por Trump, com uma ideologia ultrapopulista. É, em suma, um nacional-populismo new wave, que retoma muitos dos ingredientes do fascismo clássico: a rejeição da mestiçagem (da qual subjaz, para muitos, a defesa da “raça branca”), a oposição entre quem está nas camadas inferiores e quem está nas superiores, a xenofobia, uma mentalidade paranoica em relação ao mundo exterior, a política da força como método de “negociação”, a denúncia do outro e da diversidade, a hostilidade contra a igualdade de gênero, entre outros.
O modelo autoritário de novo se legitima apelando ao perigo de religiões e culturas diferentes

Outro grande país, o Brasil, também acaba de entrar neste caminho. Falamos aqui de um movimento evangélico que emergiu das entranhas das camadas médias empobrecidas e com medo, também, da liberalização dos costumes, do desaparecimento de valores morais em um país minado pelo cinismo e pela corrupção, por desigualdades crescentes, pelo fiasco da esquerda brasileira que não pôde promover uma sociedade que se voltasse ativamente para o progresso coletivo. Jair Bolsonaro não é um profeta, ele simplesmente soube inverter as promessas da teologia da libertação em teologia do ódio, com o apoio das elites militares e financeiras e dos grandes meios de comunicação. Lula e Dilma Rousseff perderam o apoio da classe média e depois foram crucificados, além disso com um golpe de Estado tramado por grupos financeiros, dirigentes políticos e alguns setores do Judiciário. A retórica evangélica arroga agora para si o papel de salvadora de um país à beira do abismo, fazendo da luta contra a corrupção seu cavalo de batalha e propondo o modelo de uma sociedade moralmente autoritária, um modelo indevidamente condenado ao fracasso, dada a excepcional diversidade e vitalidade da sociedade brasileira.

Tanto o Estados Unidos de Trump como o Brasil de Bolsonaro são testemunhas diretas e encorajam os movimentos reacionários dessas camadas sociais ameaçadas pelo rumo da globalização neoliberal. O repertório de mobilização se baseia no ideário das reivindicações nacionalistas e sua metodologia rompe com a representação política clássica: as manifestações em massa envolvem rituais extáticos de fusão com o líder, que denuncia, como uma ladainha de golpes de efeito, a decadência moral dos partidos, conclamando à recuperação urgente da grandeza perdida do país.

Na Europa, o processo de estancamento da economia há quase duas décadas (ausência de crescimento gerador de empregos) também produziu um enorme retrocesso de direitos sociais e liberdades, uma regressão de identidade que explica o surgimento dos movimentos neofascistas. Embora tenham elementos específicos, todos compartilham a mesma metodologia política em sua conquista do poder: criticam duramente a representação política, instrumentalizando a democracia que a sustenta para conseguir a vitória; reivindicam a liberdade de expressão para expandir suas exigências, mas censuram seus adversários; dirigem a energia política das massas contra um objetivo previamente construído como bode expiatório (os imigrantes, a liberdade de imprensa que põe em xeque seus discursos, etc.). Servem-se desse arsenal demagógico para evitar falar de seu programa econômico concreto. Vale tudo na batalha que travam veementemente contra a civilização (sempre “decadente”, segundo eles) e a igualdade, pois o princípio fundamental da retórica neofascista, exposto (aí sim) em todos os seus programas, é a rejeição da igualdade e da diversidade dos cidadãos.

O neofascismo europeu que surge atualmente é, por antonomásia, supremacista, individual e coletivamente. É o projeto de uma sociedade hierárquica de senhores e servos, uma visão de mundo que aceita a necessidade imperiosa de submissão a um líder, sua “servidão voluntária”. Essa submissão fica escondida atrás do sentimento de força e de vingança em relação às “elites”, que a mobilização coletiva confere ao neofascismo militante. E isso funciona porque essa ideologia, sem prejuízo de suas particularidades em cada país, gera, na identidade de seus seguidores, uma poderosa liberação de instintos agressivos e explode os tabus que limitam as expressões primitivas, violentas, nas relações sociais. O grande analista do fascismo George L. Mosse se refere a essa característica como uma liberação da brutalidade em um contexto minado pelo “abrandamento” característico da sociedade democrática.
É uma luta diária a que deve emergir, pois permanente deve ser a defesa dos direitos e liberdades

O discurso da extrema direita propõe, certamente, uma sociedade estritamente homogênea, em pé de guerra contra tudo que possa introduzir diferenças e singularidades dentro do conjunto. A rejeição do pluralismo político – rejeição que ela promove como um projeto de gestão do poder − se baseia também na oposição frontal ao multiculturalismo, e, consequentemente, na rejeição da multietnicidade da sociedade. O modelo é o de um povo em sua essência, um povo etnicamente puro. A cultura obsessiva da pureza está intrinsecamente ligada à desconfiança em relação ao estrangeiro, à atividade crítica do intelectual − e inclusive à arte que não comungue com a estrita linha da moral autoritária vigente −, à liberdade de orientações sexuais e de identidade de gênero, à pluralidade de confissões religiosas. Não é apenas uma coincidência que o islã esteja hoje no olho do furacão neofascista na Europa: a presença de uma população de origem estrangeira que professa a religião muçulmana coloca em questão o conceito essencialista de povo homogêneo tanto no aspecto cultural como no religioso (embora o velho fascismo dos anos trinta não tivesse um apetite particular pela religião).

Uma sociedade democrática pode administrar populações misturadas e destinadas a conviver com suas contribuições mútuas à civilização humana, desde que sejam estabelecidas diretrizes seculares claras para todos. Por outro lado, uma sociedade baseada no conceito substancial de povo, no sentido que o neofascismo lhe dá, tende inevitavelmente à exclusão efetiva da diversidade. Daí que o modelo autoritário procure novamente se legitimar apelando para o perigo de religiões e culturas diferentes, que devem ser vigiadas e perseguidas para que não “contaminem” a identidade do povo.

A Frente Nacional francesa, no início de sua caminhada nos anos oitenta, fez da rejeição ao islã um eixo central de seu programa, escondendo seu tradicional antissemitismo. O partido Alternativa para a Alemanha colocou a islamofobia no centro de sua estratégia de mobilização em 2015, após a crise da chegada em massa de refugiados. Na Áustria, Itália, Bélgica, Holanda e em todos os países do norte da Europa, os refugiados também se transformaram no prato principal das campanhas eleitorais. São, igualmente, alvo da retórica ultracatólica de Viktor Orbán na Hungria e dos programas dos partidos neofascistas do Leste Europeu.
O discurso da extrema direita faz estourar os tabus que limitam as expressões primitivas e violentas

Esses movimentos, que avançam da Espanha até a Suécia, passando pelos países europeus ocidentais e orientais, compartilham, além disso, uma característica de natureza histórica: apelam para o nacional-populismo como uma reação à era da governança supranacional, resultante da ampliação do mercado europeu, dos efeitos da globalização neoliberal e das tentativas de construir instituições representativas europeias pós-nacionais. Daí o consenso em torno do objetivo de pôr em xeque a atual construção europeia, em nomeie da soberania nacional.

O que fazer diante desse desafio? Hoje, os partidos nacional-populistas neofascistas não representam mais do que entre 10% e 20% do eleitorado europeu, mas sua influência ideológica real é mais ampla. Naturalmente, é preciso diferenciar o corpo doutrinário desses partidos das representações mentais, muito menos elaboradas, dos cidadãos que os apoiam. Embora seja verdade que as causas do avanço gradual das correntes ultradireitistas são conhecidas, não existe uma posição comum das forças democráticas na hora de contê-lo.

Há, basicamente, três campos-chave de ação, e o primeiro deles é econômico. Se a democracia não caminhar em prol do progresso social, as vítimas, que são muitas, tenderão sempre a culpá-la por não haver progresso. Portanto, é necessário relançar a máquina econômica de integração profissional, que hoje depende, essencialmente, das capacidades não do mercado, como acredita a Comissão Europeia, mas sim dos Estados para incentivar o emprego. Para isso, eles precisam de uma política orçamentária mais flexível, que gere equilíbrio social. Infelizmente, essa é uma reivindicação que ainda não é levada em conta em Bruxelas.

Em segundo lugar, em face do nacionalismo reacionário e excludente, é preciso levar a sério a questão nacional, não deixá-la nas mãos dos nacionalistas xenófobos. É crucial interpretar bem a reivindicação de segurança de identidade das camadas sociais mais vulneráveis e desestabilizadas pela exclusão do emprego ou pela incapacidade de se adaptar às mudanças da sociedade moderna, que acontecem numa velocidade extraordinária. É necessário fortalecer a coesão coletiva, ou seja, a adesão ao bem comum, sem prejuízo do respeito à diversidade, sob diretrizes comuns e com valores essenciais de referência. É preciso administrar racionalmente os fluxos migratórios, não só para evitar as mentiras e a demagogia desconstrutiva sobre a imigração, como também porque a vida cotidiana se tornou muito mais competitiva e as percepções espontâneas favorecem um imaginário ilimitado de fantasias em um contexto de insegurança profissional. A economia, em todos os países desenvolvidos, precisa da imigração, e isso deve ser regulado com base no respeito pelos direitos humanos. Na Europa, um grande acordo político é imprescindível para desativar o papel que a imigração assumiu como bode expiatório.

Finalmente, deve-se assumir com firmeza a luta contra o neofascismo, explicar claramente à população o perigo que ele representa e propor pactos democráticos antifascistas àqueles que defendem a democracia e o respeito à igualdade e dignidade humana, denunciando, do mesmo modo, os que pisoteiam esses valores por razões eleitorais. Deve ser travada uma luta diária contra o nacional-populismo neofascista, pois a defesa da democracia, do bem-estar social, dos direitos e liberdades tem de ser permanente. Tomara que todos entendam isso, pois se trata do futuro da paz social!

Sami Naïr é catedrático de Ciências Políticas na Universidade de Paris e diretor do Instituto de Cooperação Mediterrâneo-América Latina da Universidade Pablo de Olavide de Sevilha. É autor, entre outros livros, de ‘La Europa Mestiza’.

Coronavírus mata negros e pobres de forma desproporcional nos EUA



Menor renda, doenças crônicas e segregação deixam as minorias mais vulneráveis


70 vacinas contra o novo coronavírus em desenvolvimento, relata a OMS

Um técnico trabalha na empresa italiana de bioquímica Irbm, que está desenvolvendo uma vacina. Foto: EFE.

POR Cuba en Datos: Mujeres más que hombres, empoderadas pero... (+ ...

Grupos de pesquisa e empresas farmacêuticas de todo o mundo lançaram uma corrida violenta para criar vacinas contra o coronavírus,  a pandemia que matou 127.000 pessoas e infectou quase dois milhões nos cinco continentes . Até agora, existem 70 vacinas contra o coronavírus que estão sendo estudadas globalmente, de acordo com um relatório apresentado em 11 de abril pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Mas apenas um deles, produzido pela CanSino Biological Inc. e pelo Instituto de Biotecnologia de Pequim, já entrou na fase dois da avaliação clínica; isto é, para mais numerosas experiências com seres humanos.
Os outros dois incluídos na fase de  avaliação clínica , mas ainda na fase um, são aqueles produzidos por duas empresas farmacêuticas nos Estados Unidos e pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, com base em Michigan, sempre nos Estados Unidos.
As 67 vacinas restantes estão na fase de avaliação pré -  clínica . Eles são produzidos em vários países, incluindo Suécia (Instituto Karolinska), Japão (Universidade de Osaka), China (Instituto de Biotecnologia de Pequim), Índia (Instituto de Soro), Inglaterra (Universidade de Oxford e Imperial College London), Espanha (Centro Nacional de Biotecnologias) e Rússia (Instituto de Pesquisa Científica sobre Vacinas e Soro de São Petersburgo). E às vezes por mais de um laboratório em cada país.
Os testes de vacinas geralmente começam em animais, e parece que alguns dos laboratórios que estão testando as 70 vacinas contabilizadas pela OMS teriam ignorado a experimentação em animais para passar diretamente aos seres humanos. Outros fizeram experimentos com animais e humanos ao mesmo tempo. Experimentos em humanos são realizados em três fases sucessivas.
A China anunciou terça-feira, 14 de abril, que testes em humanos de duas vacinas experimentais para combater o novo coronavírus foram aprovados. Foto: ANSA.
Segundo alguns especialistas, o tempo estimado para desenvolver uma vacina pode ser de um ano a um ano e meio . Mike Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, disse que, para uma vacina contra o coronavírus, levará "pelo menos um ano". Mas existem pesquisadores mais otimistas.
Os otimistas incluem uma empresa farmacêutica no Lácio, a região à qual Roma pertence. Este é o Advent-Irbm de Pomezia, que, juntamente com o Instituto Jenner da Universidade Inglesa de Oxford, anunciou que  prevê que a vacina que eles estão estudando será utilizável em setembro , especialmente para o pessoal de saúde e as forças de segurança (polícia, mosquetões e exército) que guardam e controlam as cidades durante as quarentenas. Ambos são considerados os setores mais expostos ao vírus.
Segundo o jornal  A República  de Roma, Piero Di Lorenzo, gerente geral da Advent-Irbm, estima-se "que a vacina esteja disponível em setembro" em virtude dos "resultados obtidos nas últimas semanas" . No final de abril, ele disse, um primeiro lote de vacinas será enviado para Oxford, onde os testes começarão com 550 voluntários saudáveis.
Nesse sentido, Sarah Gilbert, professora de vacinas da Universidade de Oxford que está realizando o projeto com a empresa italiana, disse ao jornal inglês The Times que "confia em 80%" que a vacina será eficaz em setembro . Ele acrescentou que o governo inglês está sendo discutido para criar um possível plano de produção antes do término da experimentação, o que permitiria ao público acessar as vacinas muito mais rapidamente.
Os pesquisadores, ambos da Advent-Irbm e da Universidade de Oxford, decidiram passar diretamente para a experimentação clínica em humanos porque consideravam a não-toxicidade e eficácia da vacina suficientemente comprovada com base em resultados de laboratório.
Cientista experimenta uma possível vacina para o coronavírus nos EUA Foto: Reuters.
No total, eles cobriram cinco meses de experimentação. E para alguns especialistas, pode ser insuficiente. De fato, a Agência Europeia de Drogas está falando há mais de um ano para obter uma vacina eficaz, aprovada e que possa ser produzida e distribuída em todo o mundo .
A produção e distribuição de futuras vacinas em todo o mundo é outro grande problema que os governos terão que enfrentar.e as casas farmacêuticas que eventualmente as produzem. Raramente uma dessas empresas pode produzir os milhões de vacinas necessárias. Duas dessas multinacionais, a francesa Sanofi e a inglesa Glaxo Smith Kline, concordaram em trabalhar juntas e abrir seus laboratórios para outras equipes de pesquisa, não apenas em um projeto de vacina que a Sanofi já registrou na OMS, mas para cobrir a produção e distribuição mundial necessárias. Um acordo bastante incomum, dizem os especialistas, entre duas empresas que sempre competiram entre si. Mas a urgência de uma solução para o COVID-19 para todos os problemas que ele produziu e poderia produzir para a população e a economia mundial também é completamente incomum. Isso também leva em consideração, como muitos especialistas em saúde enfatizam,os preços terão que ser contidos e uma distribuição global eqüitativa será feita .
(Retirado da página 12 )

Cuba também está procurando uma vacina específica para prevenir o COVID-19

Setenta vacinas contra o coronavírus estão em desenvolvimento globalmente, e três já estão sendo testadas em testes em humanos, informou a Organização Mundial da Saúde. Foto: iStock
Na mesa-redonda de terça-feira, 13 de abril, o Dr. Vicente Vérez Bencomo, diretor geral do Instituto Finlay Vaccine, comentou que criar uma vacina contra o COVID-19 é um grande desafio, que levará a uma maior integração da indústria cubana.
“Temos três projetos, mas consideramos que são projetos intermediários para podermos integrar. É essencial entender o vírus, porque ele possui muitos mecanismos de escape e, até que entendamos esses mecanismos, o desenho de uma vacina será impossível ”, afirmou o especialista.
Nesse sentido, Vérez garantiu que o CIGB está trabalhando nos antígenos específicos do vírus, que servirão de plataforma para os projetos do CIGB e Finlay, enquanto o último trabalha na análise dos truques do vírus.
“Um desses truques mais importantes é um mecanismo de ação viral que foi descoberto para a AIDS em 2000. Naquele ano, foi descoberto que o vírus usava um mecanismo no qual o vírus seqüestra células do sistema imunológico e as mata. trabalhar para multiplicá-lo.
“Nós nos perguntamos: esse vírus também não usaria esse mecanismo? Como poderíamos combater isso? Depois de encontrar mecanismos para combater esses truques de vírus, você pode encontrar uma rota mais rápida para vacinas específicas ".
Com relação ao desafio de uma vacina específica, ele esclareceu que nenhuma das tecnologias que estão sendo usadas possui outra vacina premium que testou essas tecnologias, com as quais uma tecnologia está sendo validada para fazer algo e, além disso, ele disse: "achamos que pode funcionar contra o coronavírus ".


Um mês sem respostas efetivas do Governo de Pernambuco à tortura e à ameaça de morte sofrida pela Pescadora Maria Nasareth


POR 2017 foi sangrento', aponta balanço da Comissão Pastoral da Terra ...

NOTA
A pescadora tradicional Maria Nasareth dos Santos foi torturada e ameaçada de morte por oito Policiais Militares no estuário do Rio Sirinhaém, no município de mesmo nome, localizado no Litoral Sul de Pernambuco. O crime bárbaro e chocante aconteceu no dia 12 de março de 2020. Hoje, após mais de um mês do ocorrido, a pescadora ainda aguarda medidas efetivas por parte da Secretaria de Defesa Social do Estado quanto à investigação para identificação e punição dos criminosos. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) alerta que a ausência de uma atuação enérgica por parte dessa Secretaria deixa a pescadora vulnerável e exposta a um novo e fatal ataque. 
Desde o dia posterior às inaceitáveis violações, Nasareth, acompanhada da CPT, realizou uma verdadeira peregrinação para reivindicar de órgãos do Estado a implementação de medidas protetivas emergenciais e a investigação para identificar e punir os criminosos. Após a realização de várias reuniões e apelos por proteção e justiça, a inclusão de Maria Nasareth no Programa Estadual de Proteção a Defensores de Direitos Humanos (PEPDDH) deu-se no último dia 03 de abril. No entanto, passados mais de um mês do ocorrido não se viu providências efetivas e eficazes sendo tomadas por parte das autoridades competentes do Governo do Estado quanto à apuração do crime. A informação que a CPT tem conhecimento é de que não há previsão de finalização dos procedimentos investigatórios para identificação dos Policiais envolvidos na tortura nem de destacamento de força policial para garantir a proteção de Nasareth.
A tortura sofrida por Nasareth e praticada à luz do dia por agentes do Estado é um retrato do cenário atual de escalada da violência contra camponeses e camponesas em Pernambuco e no país. A vida e a segurança de Nasareth dependem neste momento de uma ação enérgica do Estado, a que ela tem direito e em relação a qual o Governo tem exclusiva responsabilidade. Nesse caso, a omissão do Estado torna-se-á tão grave e cruel quanto o próprio crime cometido. A CPT seguirá fiel à sua missão de denunciar todas as atrocidades cometidas contra os povos da Terra, das Águas e das Florestas e lutará incansavelmente para que os responsáveis pelos crimes cometidos pelo Estado e pelo latifúndio não adormeçam impunes.
Maria Nasareth dos Santos - Pescadora Tradicional, 47 anos, é conhecida na região por ser defensora do manguezal e do meio ambiente e por lutar há mais de 15 anos pela criação de uma Reserva Extrativista na área da qual dependem milhares de pescadores e pescadoras do município. A mulher nasceu nesse estuário, em uma comunidade tradicional formada por pescadores e pescadoras artesanais e extrativistas costeiros marinhos que gradativamente foram removidos a força da área, de forma violenta, pela Usina Trapiche entre as décadas de 1980 e 2010. Por sua resistência no local e atuação destemida, Nasareth se tornou um dos principais alvos das ações truculentas da Usina Trapiche e de policiais do local, como recorrentes intimidações, ameaças e destruições de sua barraca. A violência sofrida pela pescadora, contudo, chegou a um nível extremo e alarmante com o ocorrido no dia 12 de março.
O crime - Eram 6h30 do dia 12/03 quando duas viaturas da Polícia Militar chegaram ao local onde a pescadora Maria de Nasareth costuma pescar, no estuário do Rio Sirinhaém. De dentro dos veículos, desceram oito policiais fortemente armados, sendo três encapuzados. Ao se aproximar para saber do que se tratava, a pescadora, que estava sozinha na ocasião, conta que foi arrastada pelos homens para dentro de sua barraca de pesca. Foi então que o horror começou. Sem saber o porquê, a mulher relata que os policiais a torturaram, amarrando suas mãos para trás, tapando sua boca com um pedaço de pano e sufocando-a com uma sacola plástica. Nasareth lembra que foram cinco sufocamentos, com intervalos de alguns minutos entre um e outro.  Ainda de acordo com a pescadora, todos os policiais estavam de luvas, e, enquanto uns praticavam a tortura, outros reviravam a barraca.
Os policiais também agrediram a pescadora com tapas na cara enquanto afirmavam “essa terra não é sua, é da usina” e que estariam fazendo “aquilo” a mando do Presidente Bolsonaro, conforme seu relato. A tortura durou cerca de 30 minutos. A pescadora ainda conta que, após ser solta pelos policiais, foi ameaçada de morte caso denunciasse o ocorrido. Na semana que antecedeu o crime, lembra Nasareth, esses mesmos policiais foram vistos circulando na área, acompanhados, algumas vezes, por funcionários da Usina Trapiche.

16 de abril de 2020
Comissão Pastoral da Terra Pernambuco

Pastores que desafiaram isolamento social morrem vítimas de coronavírus

Gerald Glenn, Landon Spradlin e Mario Salfate

Um pastor evangélico dos Estados Unidos que havia contestado as orientações para manter distanciamento social durante a pandemia da Covid-19 e manteve os cultos na sua igreja morreu no último sábado (11).
Gerald Glenn era o líder da igreja evangélica New Deliverance, na cidade de Chesterfield, no estado da Virgínia. A congregação pentecostal divulgou a morte do líder religioso no domingo (12) em uma rede social.
Em uma fala aos membros de sua congregação no dia 22 de março, Glenn falou sobre o coronavírus. De acordo com a mídia local, ele afirmou: “Eu acredito firmemente que Deus é maior que esse vírus amedrontador. Os jornais da região também relataram que Glenn disse que seguiria pregando “a não ser que estivesse na cadeia ou no hospital”.
No dia 30 de março, por ordem do governo do estado, o líder religioso foi obrigado a ficar em casa, isolado. A viúva de Glenn também foi infectada com o vírus.
Em um texto em uma rede social, a filha do casal pediu para que as pessoas entendam a gravidade e severidade da doença. “Não é só sobre você, é sobre cada um ao redor de nós”, escreveu.

“Histeria para derrubar Trump”

No último dia 26 de março, um outro pastor cristão já havia morrido vítima de coronavírus. Landon Spradlin, de 66 anos, também era da Virgínia (EUA) e expressou uma visão negacionista sobre a pandemia.
Apoiador de Donald Trump, Landon afirmou que a mídia estava fabricando uma “histeria em massa” para derrubar o presidente norte-americano.

Morte após culto

No Chile, um bispo evangélico morreu de coronavírus nesta terça-feira (14). Mario Salfate, de 67 anos, conduziu um culto para centenas de pessoas no final de março em uma cidade perto de Santiag. Na época, o governo chileno já havia anunciado medidas de isolamento social.
Salfate presidiu um culto em 16 de março, com a participação de cerca de 300 pessoas na cidade de Paine. Três outros pastores evangélicos foram infectados na ocasião.
A morte do pastor ocorre em meio a uma grande polêmica pelos insistentes apelos de alguns pastores evangélicos para continuar com as cerimônias religiosas e desafiar o coronavírus.

Após fugir da escravidão, ela libertou outras 300 pessoas ao longo da vida

Nas imagens (da esquerda para a direita), a atriz Cynthia Erivo e Harriet Tubman.

POR Observatório do 3° Setor

Por: Isabela Alves
Araminta ‘Harriet’ Ross nasceu em Maryland, estado localizado nos Estados Unidos, por volta de 1822. Seus pais e Harriet eram escravizados, e ela começou a trabalhar aos 5 anos de idade. Era frequentemente maltratada e, aos 12 anos, já foi submetida a duras jornadas de trabalho no campo. 
Em 1849, prestes a completar 30 anos, ela fugiu para a Pensilvânia, o estado vizinho livre da escravidão. Não se sabe ao certo como conseguiu fugir, mas historiadores apontam que ela provavelmente usou uma via subterrânea secreta que escravizados e simpatizantes do abolicionismo conheciam.
Nesta época, ela mudou o seu nome para Harriet Tubman para esconder os registros de sua fuga. Depois ela se mudou para a Filadélfia e começou a trabalhar como doméstica. Foi nesta época em que começou a fazer amizade com abolicionistas. 
Em 1850, foi estabelecido o Ato dos Escravos Fugitivos, que dizia que caçadores da região poderiam levar os fugitivos aos seus donos. E que aqueles que ajudassem os fugitivos seriam severamente penalizados.
Mesmo nestas condições, ao longo de onze anos, Harriet realizou viagens em prol dos resgates. Entre aqueles que resgatou estavam seus familiares. Ela também passou a instruir os escravizados sobre como eles poderiam escapar. Estima-se que, ao todo, ela tenha resgatado 300 pessoas da escravidão.
Ela viajava durante o outono e inverno, épocas em que muitas pessoas estavam em casa, e se infiltrava nas plantações para salvar as pessoas. Os escravizados tinham folga aos domingos, então ela se planejava para que os resgates ocorressem aos sábados à noite. Assim, a falta deles só seria sentida na segunda de manhã. 
Posteriormente, ela se tornou a primeira mulher a liderar um ataque armado na Guerra Civil americana. Ela ajudou o Exército da União durante a guerra, trabalhando como espiã, entre outros papéis. Depois que a guerra acabou, ela se dedicou a ajudar ex-escravizados pobres e idosos.
Ela também se engajou na luta a favor do voto feminino e passou a frequentar reuniões organizadas por sufragistas. Nas reuniões, ela falava sobre como a sua história de vida era uma das razões por que as mulheres deviam ter os mesmos direitos que os homens. Ela morreu no dia 10 de março de 1913, aos 90 anos. 
Em homenagem à sua vida, em 2016, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos colocou a imagem de Tubman na nota de US$ 20. Em 2019, a Focus Featured produziu o filme ‘Harriet’, com Cynthia Erivo, Leslie Odom Jr. e Janelle Monáe no elenco. O filme foi indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz e Melhor Canção Original.  

Condições das aldeias geram preocupação com saúde dos indígenas

Foto: Júlia Pereira

PORObservatório do 3° Setor

Por: Júlia Pereira
O novo coronavírus representa uma ameaça a toda a população mundial. Mas certos grupos estão especialmente vulneráveis, seja por questões de saúde, seja por questões sociais e políticas. É o caso das comunidades indígenas brasileiras.
As experiências históricas mostram que epidemias têm uma capacidade muito maior de disseminação em comunidades indígenas. “No geral, eles têm um grau de convívio muito maior, seja em momentos de compartilhamento de comida, banho no rio, rituais que fazem parte do cotidiano da aldeia”, explica Ana Lúcia Pontes, coordenadora do GT Saúde Indígena da Abrasco e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz).
Outra questão que agrava a saúde indígena é a falta de infraestrutura. Os indígenas têm pouco acesso ao saneamento básico. Muitas vezes, eles não têm nem mesmo acesso suficiente a água potável. “Se a grande estratégia de prevenção do coronavírus, além do isolamento, é a higienização de mãos e de produtos, eles [indígenas] têm desafios para conseguir garantir essas medidas”, ressalta Ana.
A ignorância pública sobre a Saúde Indígena no Brasil
Aldeia Tekoa Pyau (SP) | Foto: Júlia Pereira
Mortalidade indígena
Pesquisadores e especialistas apontam que o grau de mortalidade de indígenas é de duas a três vezes maior em comparação a não-indígenas. 
Segundo Douglas Rodrigues, médico sanitarista, professor e pesquisador do Projeto Xingu da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), essa taxa é resultado de dois fatores.
O primeiro fator é biológico, já que alguns grupos indígenas vivem isolados e, quando entram em contato com um vírus pela primeira vez, acabam tendo complicações maiores, pois seu sistema imunológico não está preparado para defender o organismo contra aquele tipo de doença.
Esse contato com os vírus e doenças se dá, muitas vezes, pela invasão de não-indígenas nos territórios, interessados na posse ilícita de territórios e na extração ilegal de matéria-prima, como ocorre no caso dos madeireiros.
Essas pessoas partem dos centros urbanos, onde a ocorrência de doenças é maior, e carregam consigo os vírus para os territórios indígenas. “O que o Governo deveria fazer primeiro? Proteger os territórios, tirar garimpeiro, tirar madeireiro, que é um dever do Estado”, destaca o médico.
Mesmo durante a pandemia, as ações ilegais não param. No fim de março, indígenas Karipuna relataram ouvir ruídos de máquinas e motosserras próximos à aldeia, mostrando que os invasores voltaram às atividades ilegais no território tradicional. O comunicado foi divulgado pela Associação do Povo Indígena Karipuna (Apoika), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Greenpeace Brasil.
O segundo fator é social, pois essas comunidades não são bem assistidas pelo sistema público de saúde e, quando os indígenas que vivem nelas adoecem, têm pouco amparo neste sentido. “De uma forma geral, a situação de saúde dos indígenas no Brasil é pior do que a dos brasileiros como um todo, as políticas públicas não chegam a eles com intensidade, eles têm dificuldade de acesso ao sistema de saúde”, explica o médico sanitarista.
Reivindicações do movimento
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), associação nacional de entidades que representam os povos indígenas do País, está atuando fortemente neste momento para orientar sobre a importância de ficar na aldeia, além de não receber ninguém de fora do território que possa carregar consigo o vírus.
A APIB também encaminhou uma carta aos governadores dos 26 estados e do Distrito Federal, solicitando que sejam adotadas medidas especiais de proteção aos povos indígenas durante a pandemia. 
Entre essas medidas está a disponibilização de uma casa de apoio específica para atender os casos de coronavírus das aldeias. “Hoje, existem as CASAIs, Casas de Saúde Indígena, mas elas não têm condições nem de atender os casos que já existem de outras doenças, imagina atender coronavírus? Não suporta”, afirma Sônia Guajajara, coordenadora executiva da APIB.
A ignorância pública sobre a Saúde Indígena no Brasil
Crianças brincando na aldeia Tekoa Pyau (SP) | Foto: Júlia Pereira
A associação também tem pressionado fortemente o Governo Federal para que seja adotado um Plano de Ação Emergencial para evitar os riscos de contaminação nos territórios indígenas, como por meio do fortalecimento do sistema de Saúde Indígena.
“Nós temos que pressionar o Governo Federal para construir hospitais de campanha ou mesmo hospitais comuns para atender especificamente os povos indígenas”, diz Sônia, que ressalta que os hospitais de campanha que estão sendo construídos em grandes centros urbanos são de difícil acesso aos povos indígenas de regiões mais afastadas.
A coordenadora da APIB ressalta que, com pouco investimento nos equipamentos de saúde voltados aos povos indígenas, o resultado pode ser um aumento no número de mortes. “Se a gente aguardar por esse atendimento na fila do SUS [Sistema Único de Saúde], como está sendo, pode ser que os indígenas não resistam considerando a imunidade baixa que já não resiste a tantas doenças”, finaliza.
A Saúde Indígena no Brasil
Em outubro de 2010, foi criada a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), responsável por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas no SUS. A pasta foi dividida em três áreas: Departamento de Gestão da Saúde Indígena, Departamento de Atenção à Saúde Indígena e Distritos Sanitários Especiais Indígenas
Em 2019, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, divulgou o plano de extinguir a Sesai e colocar a saúde indígena a cargo de uma futura secretaria de Atenção Básica. Outras atividades que não fossem atribuídas a ela seriam assumidas por estados e municípios. 
No caso das políticas indigenistas, existe um histórico de conflitos de interesses quando as medidas são geridas pelo poder municipal, porque, frequentemente, nos interiores do Brasil, os secretários municipais são os mesmos que disputam as terras com as comunidades indígenas.
Além disso, segundo Ana Lúcia Pontes, coordenadora do GT Saúde Indígena da Abrasco e pesquisadora da ENSP/Fiocruz, a Secretaria de Atenção Básica não considera as especificidades dos grupos indígenas. “Isso pode impactar na saúde, seja na questão que são comunidades que falam uma língua diferente, seja porque elas têm práticas e concepções de saúde distintas e a organização da Atenção deve considerar tudo isso”, explica.
O movimento indígena, então, reuniu-se com Mandetta com o objetivo de fazer com que o ministro recuasse na medida. A manifestação das organizações foi atendida e a Sesai, mantida.
Mesmo mantendo a Secretaria, por meio do decreto nº 9.795, o ministro retirou algumas estruturas importantes em termos de gestão do sistema, como o Departamento de Gestão da Saúde Indígena. Tais funções passaram para outros departamentos, colocando o movimento em sinal de alerta sobre estar havendo um processo de enfraquecimento da Sesai, além de uma ameaça às práticas tradicionais e a independência de gestão dos povos indígenas.

Estudo encontra ponto fraco do coronavírus

Foto: Razões de Cuba

PORRazões para Cuba


O SARS-CoV-2 é coberto com espinhos que servem para aderir ao corpo humano. Esses picos são protegidos por açúcares conhecidos como glicanos, e sua função é mascarar as proteínas do vírus para ajudar o vírus a escapar do sistema imunológico do corpo em que foi introduzido.
Vírus mortais costumam estar bem preparados para lidar com o sistema imunológico humano. Por exemplo, o HIV "precisa fugir constantemente do sistema imunológico e possui um capsídeo muito espesso formado por glicanos como um escudo para o sistema imunológico", explica o professor Max Crispin, diretor de pesquisa da universidade britânica.
A boa notícia é que esse não é o caso do coronavírus. O SARS-CoV-2 está de acordo com o formato "bater e correr", segundo os pesquisadores, pois tende a passar de uma pessoa para outra.
"Quando cobertos de açúcar, os vírus são como lobos que se parecem com ovelhas. Mas uma das principais conclusões de nosso estudo é que, independentemente de quantos açúcares você tenha, esse coronavírus não é tão protegido quanto alguns outros vírus ", diz Crispin.
Como o estudo explica, uma densidade mais baixa de glicanos no vírus facilita o nosso corpo para neutralizá-lo com a ajuda de anticorpos. "Esta é uma mensagem muito encorajadora para o desenvolvimento da vacina", conclui o especialista.
(Fonte: Sputnik)

Usando máscara em um país racista


POR Esquerda Diário

A pandemia do COVID-19 tornou a natureza racista dos EUA capitalismo descaradamente óbvio. Os negros estão morrendo a taxas incríveis. Em St. Louis, toda morte pelo COVID-19 foi de uma pessoa negra. Em Chicago, os negros representam 70% do número de mortos. Em várias cidades do país, os negros estão altamente representados no número de mortes relacionadas ao vírus.
Os negros têm taxas de infecção pelo COVID-19 desproporcionalmente altas, e isso não ocorre porque, como o cirurgião-geral dos EUA nomeado por Trump, Jerome Adams, sugere, que os negros americanos devem "evitar álcool, tabaco e drogas". A razão é que os negros foram privados de assistência médica adequada e acesso a alimentos saudáveis e água limpa. (Flint ainda não tem água limpa!)
Drogas e álcool foram trazidos para a comunidade negra para desestabilizar comunidades que estavam se radicalizando na década de 1970 - especialmente o crack. As administrações republicana e democrata atacaram conscientemente os serviços sociais, fecharam hospitais e reduziram os orçamentos nos bairros negros. Além disso, os negros são culpados pelo que lhes foi feito pelo capitalismo e pelo imperialismo.
Ainda assim, os negros precisam sobreviver e muitos ainda estão trabalhando em empregos como fast food, mercearias e na saúde. Mas quando deixamos nossas casas, existe o medo perpétuo - e agora a pergunta: mascarar ou mascarar?
Com máscara:
Muitas cidades, como Los Angeles, estão ordenando que as pessoas usem máscaras quando saem de casa para diminuir a propagação do vírus. Claramente, isso inclui pessoas negras. No entanto, quando os negros usam máscaras, o risco de ataques aumenta. As redes sociais estão cheias de histórias de negros sendo seguidos nas lojas e incomodados por usar uma máscara. Já existe um histórico de negros sendo perseguidos nas lojas por suspeitas infundadas de roubo. Além do mais, ser negro e usar uma máscara na rua pode ser extremamente perigoso por causa dos comichões nos dedos dos policiais racistas.
Sem máscara:
Ao mesmo tempo, os negros tem sido atacados por não usar máscara. A consequência geralmente não é apenas uma simples multa ou um aviso da polícia, mas uma repressão brutal. Na Filadélfia, um negro foi arrastado à força do ônibus por não usar máscara. Existem inúmeras outras histórias de pessoas negras sendo atacadas pela polícia por não usarem máscara.
...
Em outras palavras, você se dá mal se fizer e se dá mal se não fizer - nada de novo para os negros que vivem em uma sociedade racista. Então, o que devemos fazer? Usar máscaras e nos organizar! Esse vírus é mortal e não há proteção pelos chefes, capitalistas ou governo. Devemos nos organizar em nossos sindicatos, locais de trabalho e comunidades.
Precisamos continuar a construir uma luta da classe trabalhadora contra o racismo. Não somos as únicas vítimas - também há um aumento de ataques a asiáticos, nativos e latinos apenas por existir nos EUA, um país fundado e alimentado pela violência racista. Todas as pessoas oprimidas fariam bem em vincular nossas lutas para construir uma luta anticapitalista comum, com base nos trabalhadores. Precisamos de trabalhadores de todas as raças e etnias defendermos uns aos outros. Precisamos proteger uns aos outros dos ataques racistas e do COVID-19.
Texto publicado originalmente em Left Voice.

sábado, 11 de abril de 2020

COVID - 19 no mundo: sem máscaras, quarentenas e muitos testes, o vírus não será contido, alertam especialistas chineses

O povo de Wuhan volta gradualmente ao normal após uma quarentena rigorosa de quase 80 dias. Foto: Reuters.
POR CUBADEBATE

Especialistas chineses do Hospital Leishenshan, construído em menos de duas semanas para combater o coronavírus em Wuhan, alertaram que o uso obrigatório de máscaras faciais é essencial para conter o surto de COVID-19.
"Não usá-los é estúpido", disse Wang Xinghuan, diretor do hospital Zhongnan e chefe do hospital Leishenshan durante uma visita guiada à mídia.
Segundo Wang, o uso de máscaras faciais entre a população é "uma medida científica de proteção" e também serve para impedir que trabalhadores médicos sejam infectados. "Se não forem usados, a epidemia não pode ser controlada", afirmou.
Wang explicou que as quarentenas impostas para impedir a expansão do surto devem ser rigorosas, como a que foi realizada em Wuhan por semanas e garantiu que "os voluntários em casas particulares não trabalham".
O especialista acrescentou que "são necessários muitos testes para detectar os doentes e os assintomáticos, ou aqueles que precisam ser isolados fora da casa particular para que não infectem outros".
Também recomendou que os pacientes recuperados do COVID-19 fossem colocados em quarentena por duas semanas após a alta por precaução.
Enquanto isso, o vice-diretor do hospital de Zhongnan e o especialista em emergências Zhao Yan disse que o vírus e seus sintomas podem se manifestar "de maneira diferente no Ocidente em comparação à China".
"A perda de paladar e olfato, por exemplo, variou na Europa e nos Estados Unidos. Isso nos faz pensar que o vírus está mudando. Precisamos de cooperação ", disse ele, acrescentando que a coisa mais importante agora é" prevenir surtos ".
"A vigilância ainda é essencial em Wuhan", disse Wang.
Na cidade, local de nascimento da pandemia, existem agora 44 casos suspeitos de infecção pelo vírus, de acordo com os dados mais recentes oferecidos neste sábado pela Comissão Nacional de Saúde da China.
Além disso, duas pessoas morreram em Wuhan nas últimas 24 horas, elevando o número total de mortes nesta cidade até agora para 2.577, segundo a agência.
A ausência prática de novos casos confirmados (Wuhan acrescenta 50.008 contágios dos 67.803 detectados na China) levou as autoridades a suspender as restrições impostas a seus habitantes em 8 de abril, após 11 semanas de quarentena rigorosa.
Wuhan conseguiu reverter a situação, entre outros fatores, graças à rápida construção de hospitais como o de Leishenshan, que começou a admitir pacientes em 8 de fevereiro.
O centro tem capacidade para cerca de 1.500 leitos, e atualmente apenas 14 pacientes permanecem lá.
Nas paredes estão as assinaturas, agradecimentos e mensagens escritas de encorajamento para os médicos durante os piores episódios do surto.
Foi o segundo dos hospitais construídos poucos dias depois de Huoshenshan, cujo trabalho começou em 23 de janeiro.