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quinta-feira, 23 de maio de 2024

Maracatu de Baque Virado é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Floresta/PE


No dia 04 de dezembro de 2023, foi promulgada a Lei Municipal de nº 1088 em Floresta/PE, que Declarou várias manifestações culturais tradicionais como Patrimônio Cultural Imaterial do Município.

Entre as manifestações reconhecidas, figura em destaque o MARACATU DE BAQUE VIRADO, ou MARACATU NAÇÃO.

O Maracatu de Baque Virado

O Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação é uma expressão cultural do Nordeste do Brasil, genuinamente pernambucana que tem uma relação cultural com a afrodescendência de seu povo, sendo hoje uma das expressões mais importantes das tradições culturais do Nordeste, principalmente em Pernambuco, aonde foi criado. Seu mais remoto registro data ainda do século XVII.

Sua origem vem das coroações de Reis do Congo que aconteciam, inclusive nas igrejas de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que eram momentos de confraternização e de convivência social, cultural, musical, no dia da eleição da diretoria das irmandades de Nossa Senhora do Rosário. Embasado nas coroações da corte portuguesa, fazia-se um cortejo pelas ruas da cidade, o que originou o reisado que desfila no carnaval.

Os personagens que compõe o cortejo caracterizam-se como corte real, e representam o rei, a rainha, o príncipe, a princesa, as damas de passo ou da boneca (Kalunga), damas do buquê, damas da corte, embaixadores ou porta-estandarte, pajens (que seguram a cauda dos mantos reais), escravos, lanceiros, baianas e os batuqueiros (tocadores de gonguê, tarol, caixa, alfaia, agbê, atabaque e mineiro).

A música vocal denomina-se toadas ou loas, e a sua dança compõe-se de um ritmo lento, com passos curtos e movimentos contorcidos de braços e mãos mais velozes.

O Maracatu de Baque Virado é hoje reconhecido em todo o Brasil e no mundo e, em Floresta encontra sua expressão no trabalho realizado pelo Instituto Cultural Raízes, desde setembro de 2011 e, através do Grupo Afro Cultural Maracatu Afrobatuque, cuja existência já conta onze anos, sendo uma das expressões de cultura popular e afro-brasileira mais fortes de Floresta e da região.

No Brasil, inclusive o Maracatu foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial, pelo IPHAN, em 03 de dezembro de 2014.

Certificado do IPHAN reconhecendo o Maracatu
como Patrimônio Cultural do Brasil

Um pouco da história desse reconhecimento

Em 02 de setembro de 2011, o Instituto Cultural Raízes em parceria com o Grupo Zumbi dos Palmares de Mirandiba, dava início ao Projeto Afrobatuque, que entre outras ações culturais, desenvolvia oficinas percussivas de Maracatu de Baque Virado, com crianças, adolescentes e jovens da Comunidade Quilombola de Floresta.

Essa data então marca as primeiras oficinas de Maracatu em Floresta. Já no ano de 2012, essa experiência é ampliada com o Projeto Juventude e Cultura, cujas oficinas de Maracatu se deram na periferia de Floresta e também em comunidades rurais.

Essa experiência então, deu origem ao Ponto de Cultura - Tambores da Resistência e ao Grupo Cultural Maracatu Afrobatuque - Raízes de Luanda.

Capa do Projeto de Lei aprovado em 2016

Em 2016, o Instituto Cultural Raízes apresentou à Câmara Municipal de Floresta, o Projeto de Lei, o qual recebeu a numeração de 21/2016, e chegou a ser aprovado pela unanimidade dos Vereadores, em 15/06/2016, sendo que infelizmente não foi promulgado.

Só em 2023 foi possível retomar a discussão e a articulação para sua aprovação.

Vereador Peu Vilarim visita o Instituto Raízes em 05/04/2022

O Projeto vira Lei e torna-se realidade

Desde o dia 18/11/2021, o Instituto Cultural Raízes, buscou retomar o diálogo com a Câmara Municipal, através do Vereador Pedro Gomes Vilarim Júnior (Peu Vilarim), no sentido de poder encaminhar a apresentação dos Projetos de Lei de interesse da entidade e da cultura popular e tradicional de Floresta/PE.

Os entendimentos foram sendo mantidos e em 25/10/2023, o Projeto de Lei é apresentado, sendo aprovado por unanimidade em 08/11/2023 e promulgado como Lei nº 1088, em 04/12/2023.
Lei nº 1088 de 2023


Agradecimentos

Libânio Francisco, Fundador e Mestre do Maracatu Afrobatuque - Raízes de Luanda, comentou que "essa é uma conquista de valor incalculável para o Maracatu Afrobatuque em toda sua trajetória. Ser um dos maiores grupos de Cultura Popular de Floresta e região, já nos trás uma grande responsabilidade, más, receber esse reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial de Floresta, é algo realmente maior. Externamos nossos especiais agradecimentos ao Vereador Peu Vilarim, por ter tido a sensibilidade e o compromisso de retomar o Projeto de Lei e se comprometer com a nossa causa. Agradecemos também a todos os demais Vereadores(as) pela aprovação unânime do Projeto.

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