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sábado, 21 de dezembro de 2019

Brasil da fome: 17 pessoas morrem de desnutrição todos os dias no país


MARIA FERNANDA GARCIA 

Observatório do 3° Setor

Os dados incluem óbitos relacionados aos quadros de desnutrição proteico-calórica leve, moderada e grave

Em todo o mundo, 821,6 milhões de pessoas passaram fome no ano passado. Em 2017, eram 811 milhões de pessoas nesta situação. Os dados são do documento ‘Estado da Insegurança Alimentar e Nutricional no Mundo’.

Com um em cada quatro brasileiros vivendo na pobreza e 13,5 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza, a fome faz parte da vida dos brasileiros.

De acordo com dados do Datasus, entre 2008 e 2017, ano dos últimos dados consolidados, o Brasil registrou 63.712 óbitos por complicações decorrentes da desnutrição. Isso representa uma média de 6.371 mortes por ano e 17 mortes por dia. O levantamento foi realizado pelo jornal Estadão.

Os dados incluem óbitos relacionados aos quadros de desnutrição proteico-calórica leve, moderada e grave e a condições mais raras, porém ainda existentes no Brasil, como kwashiorkor (desnutrição provocada pela ingestão inadequada de proteínas) e marasmo nutricional (condição na qual a falta de calorias leva a uma importante perda muscular e atrofia de alguns órgãos).

Nos últimos dois casos, a falta de nutrientes faz com que os doentes, apesar da magreza, apresentem um inchaço abdominal significativo porque, sem proteínas, o corpo não consegue fazer o transporte devido dos líquidos. É o quadro frequentemente apresentado por crianças em regiões de miséria extrema da África.

Número de mortes de lideranças indígenas em 2019 é o maior em 11 anos




Dados da Comissão Pastoral da Terra apontam o registro de 7 mortes de lideranças indígenas este ano, contra 2 mortes em 2018

Por: Mariana Lima

De acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o número de lideranças indígenas mortas devido a conflitos no campo em 2019 foi o maior registrado nos últimos 11 anos.

Ao todo, foram 7 mortes registradas este ano, contra 2 observadas em 2018. Os dados divulgados são preliminares, já que o balanço final só será realizado em abril de 2020.

No início do mês de dezembro, três ativistas indígenas foram mortos no Brasil. Duas das mortes ocorreram no Maranhão, em Jenipapo dos Vieiras, em consequência de um atentato que ainda deixou dois feridos.

A terceira morte ocorreu em Manaus (AM), onde o ativista da etnia Tuyuca Humberto Peixoto Lemos foi agredido a pauladas.

Ao todo, 27 pessoas já morreram esse ano devido a conflitos de terra. O número deve ser semelhante ao registrado em 2018, com 28 mortes. Este ano, o grupo de lideranças indígenas foi o que teve o maior número de mortes.

Os dados da CPT levam em consideração apenas os assassinatos ligados a conflitos pela terra. As informações são enviadas pelas pastorais de cada região.

Além do registro da morte de lideranças, o levantamento também contabiliza as mortes de indígenas que não eram líderes de suas comunidades.

Um relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) já apontava a tendência no aumento da violência contra a população indígena em 2018.

O relatório aponta o crescimento de 20% no número de assassinatos de indígenas em comparação com o levantamento anterior. Em 2018, foram registradas 135 mortes, enquanto em 2017 foram 110 casos.

Fonte: G1

Fotos raras que mostram o cotidiano dos Panteras Negras



Stephen Shames foi o fotógrafo oficial do Partido dos Panteras Negras, que era considerado pelo FBI "a maior ameça à segurança interna dos EUA".

Por Maxime Delcourt; Traduzido por Marina Schnoor
16 Outubro 2018, Publicado pelo Site Vice - Brasil

FOTOS: STEPHEN SHAMES CORTESIA DA STEVEN KASHER GALLERY

Era 1967. Stephen Shames tinha apenas 20 anos quando conheceu Bobby Seale, o fundador dos Panteras Negras, que pediu a ele para documentar as atividades diárias do movimento e o apresentou a seus membros mais influentes: Huey P. Newton, Angela Davis, Kathleen e Eldridge Cleaver, Fred Hampton e Stokely Carmichael. Por sete anos, Shames foi o fotógrafo oficial da organização política. Diferente de outros fotógrafos que também documentaram os Panteras — como Ruth-Marion Baruch ou Pirkle Jones — Shames conseguiu mergulhar na intimidade do que era considerado pelo diretor do FBI na época, John Edgar Hoover, “a maior ameça à segurança interna dos EUA”. Agora as fotografias de Shames estão em exposição em Lille como parte do evento Power to The People na Maison Folie de Moulins, em Paris. A i-D França se encontrou com ele para discutir resistência, a importância de registros fotográficos e a mãe de 2Pac.

                                       

i-D: Como você entrou em contato com os Panteras Negras?
Em abril de 1967, aconteceu uma marcha contra a Guerra do Vietnã. Como estudante da UC Berkeley, fui até a marcha e conheci Bobby Seale. Ele gostou das fotos que tirei naquele dia, nos tornamos amigos, e aí ele me permitiu passar mais tempo com os Panteras Negras. Ele foi como um mentor para mim, por assim dizer. Ele era o líder da organização na época, então me apresentou a todo mundo. Eu não percebia necessariamente, mas, na época, eu era a única pessoa de fora do partido que teve permissão para entrar no mundo deles. Claro, hoje qualquer um pode colocar as mãos em documentos públicos apresentando os Panteras num contexto de manifestações ou algo assim, mas na época, ninguém tinha acesso às vidas íntimas dos vários membros da organização. Por sete anos, passei a maior parte do meu tempo documentando os Panteras, imortalizando seus cotidianos, como eles se comportavam com as esposas e filhos quando chegavam em casa.
                                            

Você sentia que estava experimentando algo histórico, ou só queria tirar fotos de pessoas com quem você se importava?
Quero deixar claro que eu tinha acabado de fazer 20 anos quando encontrei o Partido dos Panteras Negras, então eu não tinha um objetivo específico e não era inteligente o suficiente para pensar na minha abordagem de maneira mais intelectual. A ideia era principalmente ser só parte do movimento. Eu não achava que essas fotos seriam expostas em museus um dia... Eu pensava em mim como um revolucionário cujo objetivo era mostrar os Panteras Negras de dentro, não simplesmente documentando suas lutas ou a intenção de pegar em armas. Na época, como ainda é o caso hoje, quase toda a mídia se focava nesse aspecto e buscava sistematicamente a polêmica. Mas diferente deles, eu queria fotografar o que estava acontecendo no dia a dia, revelar o que acontecia nos bastidores, e fornecer o retrato mais completo dos Panteras. Eles com certeza eram revolucionários muito comprometidos, mas isso não os tornava menos pessoas reais, e eles viviam sua vida em família como todo mundo.

Qual era o interesse dos Panteras em te deixar fotografar o cotidiano ou as reuniões deles?
Os Panteras não eram um grupo de protesto, mas um partido político que se tornou consciente de que os EUA é um mundo onde tudo depende da comunicação. Eles entendiam que sua imagem era essencial para sua reputação e para a promoção de suas ideias. Em retrospecto, percebi que isso iluminava a natureza vanguardista do Partido. Na época, eles organizavam grandes reuniões para distribuir comida, fornecendo uma grande quantidade de alimentos de qualidade para famílias e crianças. Isso era parte dos princípios básicos deles, eles acreditavam que você não podia estudar de estômago vazio... É interessante apontar que quando o presidente Johnson finalmente implementou o mesmo programa que os Panteras já faziam, os alimentos distribuídos pela agência do governo eram de qualidade muito mais baixa, e algumas pessoas até comparavam o queijo com papelão branco.
                            

Você mencionou o retrato prejudicial da mídia do Partido dos Panteras Negras. E quanto ao FBI, que tentou basicamente destruir a organização?
Não quero usar a carta do racismo, mas está claro que foi feito de tudo para apresentar uma imagem negativa dos Panteras, os retratando como um grupo violento, potencialmente perigoso para o bem-estar da sociedade. Também é óbvio que a imagem de um homem negro armado sempre chocou mais o público que a de um homem branco fazendo a mesma coisa. O mais bizarro é que os Panteras só exigiam uma coisa — igualdade. E para conseguir isso, eles levantavam às 4 da manhã, preparavam o café para as crianças do bairro, publicavam um jornal e pensavam num plano específico para guiar sua luta. É preciso lembrar que Bobby Seale fez uma campanha para a Prefeitura de Oakland, ficou em segundo lugar e conseguiu mais de 40% dos votos. Ele era um homem muito inteligente, que sabia como gerenciar a organização para permitir que o Poder Negro triunfasse.

Você se desviou um pouco da minha pergunta aqui...
Sim, desculpe [risos]. Os Panteras, como todas as pessoas e movimentos que tentaram criar uma mudança social real, sempre criaram ondas de descontentamento e desconfiança. Veja o que aconteceu com Martin Luther King: ele defendia a paz, e mesmo assim as pessoas o odiavam. Hoje ele é uma lenda, mas as pessoas se recusavam a ouvir seus discursos na época. Algumas pessoas queriam matá-lo e acabaram conseguindo. Os Panteras tiveram o mesmo destino: figuras de liderança como Fred Hampton foram mortas e o FBI criou o COINTELPRO, um programa que visava neutralizar grupos políticos percebidos como ameaças para a segurança nacional. Como você sabe, não era incomum Panteras serem mortos em confrontos com a polícia, e não é sem razão que eles tinham acomodações separadas para os filhos. Eles faziam isso para que as crianças também não acabassem vítimas dos muitos ataques às casas deles pelo FBI. Isso também era parte de ser membro do Partido: estar sob ameaça constante das autoridades e seus ataques racistas.
                                       

No começo você falou sobre sua amizade com Bobby Seale. O que você pode dizer sobre Huey P. Newton e Angela Davis, que você também conheceu?
Não conheci bem Angela Davis, a fotografei algumas vezes, mas ela só ficou no Partido por seis meses. Depois disso ela se juntou ao Partido Comunista Americano. Com Huey, por outro lado, passei um pouco mais de tempo. Ele era muito talentoso, inteligente e carismático. Provavelmente tinha uma razão para ele ter tomado controle do partido com Bobby Seale. A força deles era se cercar de pessoas muito inteligentes para ver sua causa vencer: Stokely Carmichael, George Jackson ou Fred Hampton. Se não tivesse sido morto pelo FBI, acho que ele estaria sob os holofotes até hoje.

O Partido dos Panteras Negras tinha uma visão muito progressista, ao ponto de dar grandes responsabilidades para mulheres numa época quando a desigualdade entre os sexos ainda era a norma...
Não posso dizer que as mulheres tinham igualdade, mas isso tem a ver com o contexto social global da época. Por outro lado, as mulheres tinham papéis muito importantes no Partido. Como você disse, os Panteras foram um dos movimentos mais progressistas dos EUA, particularmente em se tratando dos direitos das mulheres e da comunidade LGBT+. Não era uma posição fácil de se promover na época, e ainda não é hoje, na verdade. Você tem que pensar que muita da população negra americana frequenta a igreja e continua muito conservadora. Mas ficou claro que mulheres como Kathleen Cleaver ou Ericka Huggins tinham carisma suficiente para se afirmar lado a lado com os homens do movimento.
                              

Afeni Shakur também estava lá, a mãe de 2pac.
Só me encontrei com ela uma vez. Estávamos em estados diferentes. Mas ela era uma mulher muito comprometida e muito próxima de um grande amigo meu, Jamal Joseph, também um ex-membro dos Panteras.

Alguma vez você quis deixar a câmera de lado e assumir um papel mais direto na luta?
Sabe, o que tentei fazer fora da fotografia sempre teve menos impacto, na minha opinião, que as imagens que capturei. Fui parte da campanha do Bobby Seales para a prefeitura de Oakland, marchei contra a Guerra do Vietnã, fui membro do Berkeley Barb, um jornal alternativo, mas as fotos que fiz são muito mais úteis para conscientização. No final, elas são o que permaneceu.

Em 2018, temos a impressão que as coisas não mudaram tanto assim para a população afro-americana.
E é verdade. Muitas das questões levantadas na época pelos Panteras ainda existem hoje. Bobby Seale pode ter dito que sitcoms negras ajudaram a comunidade negra a ser aceita pelo público geral, mas o desemprego afro-americano continua duas vezes mais altos que entre pessoas brancas, e uma em cada quatro crianças negras ainda vive abaixo da linha da pobreza. E não é como se a presidência de Donald Trump fosse mudar isso. Os Panteras Negras costumavam dizer que você não devia ouvir ninguém com mais de 30, e acho que Trump é um ótimo exemplo de como eles estavam certos. O que ele tem estabelecido, o que ele diz em seus discursos, só alimenta o ódio no país.
                               

                               

Matéria originalmente publicada pela i-D França.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Povos Indígenas se destacam na luta contra a Usina Nuclear em Itacuruba


Os Povos Indígenas do Sertão de Itaparica, no interior do Estado de Pernambuco, vem ao longo dos últimos anos se destacando em diversas lutas na região.

Atualmente, uma das lutas que tem tomado grande expressividade é o posicionamento contrário à possível instalação de uma Usina Nuclear no município de Itacuruba.

Destacamos aqui a participação do Povo Pankará da Aldeia Serrote dos Campos, em momento de espiritualidade durante encontro realizado pela Diocese de Floresta, no dia 5 de novembro de 2019.

Vejam os vídeos:




Diocese de Floresta realiza Caminhada Pela Paz


Dom Gabriel Marchesi, Bispo Diocesano de Floresta
Nesta quinta feira dia 14 de novembro de 2019, a Diocese de Floresta, no sertão de Pernambuco, realizou mais uma edição da Caminhada Pela Paz.

Em suas palavras, o Bispo Diocesano, Dom Gabriel Marchesi, elogiou o empenho das equipes envolvidas no Projeto Cultura de Paz, que resultou neste momento e alertou para a importância de pensar e atuar com fraternidade, para a consolidação das políticas públicas, que levem em consideração o bem maior que é o ser humano e a necessidade de uma vida digna.

Confiram a seguir as palavras de Dom Gabriel.

A iniciativa da Caminhada Pela Paz, tem relação direta com a culminância do Projeto de Cultura de Paz da Diocese, que atua em várias escolas do município, a partir da Campanha da Fraternidade.

A caminhada teve início no Parque de Exposição da cidade, passando por várias ruas principais, com paradas reflexivas, concluindo-se na Escola Municipal Major João Novaes, aonde foram expostos os trabalhos e atividades realizadas durante o ano.


Além de várias outras apresentações realizadas por escolas municipais participantes do Projeto, o Instituto Cultural Raízes com o Projeto Arte e Vida, realizou a acolhida dos participantes em sua chegada à Escola Major João Novaes, ao ritmo do Afoxé, apresentando músicas afirmativas e convidando a todos para a Celebração da Consciência Negra, que ocorrerá no dia 23 de novembro no bairro DNER.

Apresentação de Afoxé do Instituto Cultural Raízes / Projeto Arte e Vida

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Projeto Cultura de Paz, realiza avaliação e planejamento


No dia 08 próximo passado, o Projeto Cultura de Paz, realizou encontro de avaliação e planejamento, no Centro de Formação da Diocese de Floresta.

Com a participação de equipes das cidades de Floresta. Jatobá, Inajá e Itacuruba, os coordenadores(as) do Projeto de Cultura de Paz, avaliaram num primeiro momento, como está sendo desenvolvido o Projeto nas referidas cidades, as dificuldades e avanços alcançados.

Num segundo momento, os(as) participantes refletiram sobre vários pontos a serem abordados no próximo ano, junto ao tema da Campanha da Fraternidade e também no campo das Políticas Públicas.

Confiram mais fotos do encontro:







sexta-feira, 8 de novembro de 2019

CARTA DE FLORESTA - SOBRE A USINA NUCLEAR


CARTA DE FLORESTA

A todas as pessoas de boa vontade, Às lideranças políticas do País, dos Estados da Bacia do Rio São Francisco e, mais precisamente, do Sertão de Itaparica 

“Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram” (Rm 12,15)

Floresta, 06 de novembro de 2019

Nós, bispos, presbíteros, diáconos, religiosas, leigos e leigas, representantes das comunidades quilombolas e de povos indígenas, pesquisadores e estudantes, reunidos em Floresta – PE nos dias 5 e 6 de novembro de 2019, chamados, como cristãos, a sermos solidários com toda criatura humana e com a natureza, e a fazer da nossa vida e da nossa fé um sinal e um instrumento do amor de Deus para com todas as suas criaturas, sentimo-nos impelidos a escutar o povo de Itacuruba e da região do Sertão de Itaparica a respeito das esperanças e dos temores suscitados pelo projeto de implantação de um complexo nuclear naquele município, à beira do rio São Francisco. Escutar para entender, para se informar, para solidarizar-se, escutar como estilo de caminhar juntos, a fim de que todos possam ser protagonistas das suas vidas e do seu futuro. Em tudo, fomos conduzidos e iluminados pela constatação de que progresso e desenvolvimento só são verdadeiros e reais quando promovem a vida, a partir da vida dos mais necessitados, e não a economia e o lucro de uma restrita elite.

Nossa primeira preocupação é com a vida de quantos moram na região, com o trabalho, a cultura, o futuro, a possibilidade de um crescimento e de um desenvolvimento de acordo com as suas caraterísticas, tradições, possibilidades e aspirações.

O povo que mora em Itacuruba e na região tem rosto e tem nome, história que fala de promessas não cumpridas, quando foi tirado de sua terra pela construção das barragens da hidrelétrica, de esperanças frustradas pela impossibilidade de continuar a trabalhar dignamente para a sua vida, de depressão, de suicídio entre os jovens que não aceitam ter uma vida fútil e sem sentido, reduzida ao consumismo. Sentimos, nas falas deste povo, o drama de quem desejaria mostrar suas forças e energias para o presente e o futuro, mas não tem perspectivas. Esse povo não sente a necessidade de usina nuclear, não acredita em promessas que já ouviu trinta anos atrás e que resultaram na situação problemática em que hoje vive.

Progresso não pode ser palavra bonita, mas vazia, não pode significar imposição de um modelo de vida baseado no ter e que acarreta problemáticas sociais muito fortes. Com quais instrumentos de conhecimento, com quais estruturas sociais o povo de Itacuruba e região irá enfrentar a transformação decorrente da chegada de muitas pessoas na sua terra? Quais serão as possibilidades de desenvolver harmoniosamente a sua vida no futuro próximo? Temos, de fato, uma grande responsabilidade também com as próximas gerações, pois as nossas escolhas, ainda mais em casos como este, sempre vão gerar consequências importantes. Diz o Papa Francisco na sua Encíclica Laudato Sí: “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão crescendo? Esta pergunta não toca apenas o meio ambiente de maneira isolada, porque não se pode pôr a questão de forma fragmentária. Quando nos interrogamos acerca do mundo que queremos deixar, referimo-nos sobretudo à sua orientação geral, ao seu sentido, aos seus valores... se esta pergunta é posta com coragem, leva-nos inexoravelmente a outras questões muito diretas: Com que finalidade passamos por este mundo? Para que viemos a esta vida? Para que trabalhamos e lutamos? Que necessidade tem de nós esta terra? Por isso, já não basta dizer que devemos preocupar-nos com as gerações futuras; exigese ter consciência de que é a nossa própria dignidade que está em jogo” (LS 160).

Por toda esta série de considerações, denunciamos os erros do passado e pensamos que eles deveriam nos ajudar a refletir melhor para que não sejam repetidos e, sobretudo, a não tomar decisões sem escutar os interessados.

A saúde do rio São Francisco também nos preocupa, porque, dele e com ele, o nosso povo vive e cresce, e não pode ser considerado como um instrumento de lucro por uma técnica que sabe fazer muitas coisas, mas que, até agora, raramente foi colocada a serviço da vida plena da nossa casa comum.

Todos aceitam com entusiasmo a possibilidade de uma vida melhor, mas isso significa acesso à educação e à saúde, possibilidade de um trabalho real e contínuo, justiça social e defesa das culturas; significa, sobretudo, unir a população e vislumbrar outros modelos de desenvolvimento pautados no princípio da dignidade da vida humana. É esse o tipo de desenvolvimento de que estamos precisando, algo que faça do povo de Itacuruba e região não pessoas que recebem uma “recompensa” por hospedar um complexo nuclear difícil de aceitar, mas que poderão afirmar sua plena pertença a um País e contribuir para o crescimento dele com humildade e ousadia.

Conclamamos todos os homens e mulheres de boa vontade, independentemente de suas convicções político-ideológicas, a conhecerem os estudos técnicos e sócio-antropológicos relativos à temática, e a se comprometerem com a defesa e a promoção da vida dos povos, do Rio São Francisco e do meio ambiente como um todo, a fim de que “todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10).

Dom Gabriel Marchesi 
Bispo diocesano da Diocese de Floresta 

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa 
Presidente da CNBB Regional NE 2 

Dom Antônio Carlos Cruz Santos 
Vice-Presidente da CNBB Regional NE 2 

Dom Limacêdo Antonio da Silva 
Presidente da Comissão Regional Pastoral para a Ação Sociotransformadora

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Diocese de Floresta realiza encontro sobre a Usina Nuclear em Itacuruba, no Sertão de Pernambuco

Dom Gabriel Marchesi, Bispo Diocesano de Floresta
A Diocese de Floresta, no sertão de Pernambuco, iniciou na terça-feira dia 5 de novembro de 2019, a realização de importante evento, tendo como tema central "O Rio São Francisco e suas energias: impactos e desafios".

O objetivo do evento que conta com a presença de vários bispos do Regional Nordeste 2 da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, é dar voz aos vários seguimentos sociais e conhecer os argumentos, contrários e favoráveis, à instalação de uma usina nuclear na região. 

Para tanto, serão ouvidos vários especialistas, além de lideranças indígenas, quilombolas e outras comunidades da região que vivem da pesca e da agricultura, bem como outros seguimentos que podem ser impactados por um empreendimento desta magnitude.

Encontro dos Bispos com lideranças populares em Itacuruba
A programação teve início na parte da manhã, com a realização de encontro aberto ao público, na Igreja matriz da cidade de Itacuruba, aonde se fizeram presentes os Bispos, lideranças locais e de cidades circunvizinhas, que expressaram suas preocupações e opiniões, em sua maioria, contrárias a instalação da usina nuclear na região.

Um dos momentos de maior significado foi a participação dos povos indígenas, especialmente, do Povo Pankará de Itacuruba, do Serrote dos Campos, que expressaram com as Toantes do Toré e nas falas das lideranças, seu posicionamento contrário a instalação da usina.

Lideranças do Povo Pankará cantando suas Toantes
Na parte da tarde, em Floresta, no Centro de Formação da Diocese, teve início a programação de palestras e debates sobre a importância do Rio São Francisco para o nordeste e para a região, os impactos de ações governamentais anteriores e as consequências de uma usina nuclear na região.

O encontro seguiu pela noite e serão retomadas as discussões nesta quarta-feira dia 06, com o debate sobre a realidade histórica de Itacuruba e a respeito das próximas iniciativas a serem encaminhadas, no sentido de proporcionar a conscientização sobre os riscos e consequências de tal iniciativa.

Todo o evento é promovido pela Diocese de Floresta, em conjunto com a Comissão Regional Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB. 

Na Carta Encíclica Laudato Si', de 2015, o Papa Francisco aconselha a Igreja a discutir com a sociedade os temas de interesse de nossa "Casa Comum", como diz o texto. "Quando surgem eventuais riscos para o meio ambiente que afetam o bem comum presente e futuro, esta situação exige que as decisões sejam baseadas num confronto entre riscos e benefícios previsíveis para cada opção alternativa possível".

O Encontro desta quarta acontece no Centro de Formação da Diocese de Floresta, na Avenida Manoel Alves de Carvalho, S/N e é aberto ao público.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

OS DOIS FRANCISCOS


OS DOIS FRANCISCOS
o de Assis e o de Buenos Aires.
Pe Zezinho scj

Um deles é do século 13 e é venerado como o santo pobrezinho ( poverello) e tinha sido rico. Foi líder de jovens.

Em menos de um século seus seguidores, monges, monjas,irmãos menores, leigos, casais tinham optado pela pobreza e pela mansidão e chegaram a quase um milhão de seguidores em toda a Europa. Francisco de Assis se convertera para a paz e para a mansidão e para o diálogo em favor da vida aos 26 anos e morreu 16 anos depois ! É respeitado por todas religiões pelo legado que deixou há 800 anos.

O outro, chamava-se JORGE BERGOGLIO , tinha só um pulmão e ainda vive e é o atual Papa dos católicos .

Está sacudindo a igreja do século 21 e é respeitado pelo mundo inteiro, exceto por menos de 0,1 % de católicos que alegam representar 10% . Eles não acham que ele representa o diálogo, a paz e a mansidão e a retidão São Francisco de Assis.

Mas como os outros Franciscos, ( Xavier, Sales) também canonizados que imitaram São Francisco de Assis nem sempre foram reconhecidos em vida .

Os dois Franciscos optaram pelo desprendimento, pelo diálogo para a solução de conflitos, pela disciplina na Igreja, pela volta a costumes mais simples, pela partilha em favor dos pobres, por misturar-se com o povo; pelo testemunho pessoal e pregações que o povo simples entende. Os dois tinham cheiro de ovelhas. O de Assis amansava até lobos. O de Buenos Aires está tendo dificuldades em amansar alguns católicos irados por suas reformas.

SOFRIMENTOS ?

São Francisco de Assis foi deposto da liderança na própria ordem que fundara. Mas quem o depôs acabou deixando a ordem. E só é lembrado pelos livros de Historia.

O Papa Francisco enfrenta ferrenha oposição de alguns microgrupos bem organizados que, não podendo anular suas mudanças já trabalham pela sua sucessão.

O Espírito Santo pode surpreende-los com um sucessor ainda mais disposto a arejar a Igreja do Papa Francisco que só tem um pulmão . Nossa Igreja está respirando melhor com os últimos 9 papas que nos lideraram .

Quem viver verá. Aqueles rapazes e aquelas mocinhas do século 13 que sacudiram a Igreja do seu tempo nos deram milhões de jovens simples , pacifistas e preocupados em ajudar os mais pobres. Alguns tornaram -se bispos , cardeais, papas, empresários e políticos de sucesso . E viveram a simplicidade de Francisco e de Clara.

Imagino que Francisco de Buenos Aires e de Roma será imitado . E viverá um resumo dos ótimos papas que tivemos!

A volta ao passado ? Não acontecerá ! Guardaremos o que foi bom e avançaremos por águas mais profundas. Sem medo do amanhã ! Somos a Igreja Católica. Os historiadores sabem disso ! E os católicos que estudaram nossa História sabem também !

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Maracatu Afrobatuque e Projeto Arte e Vida são destaque em noite de Celebração com Representante do Papa Francisco


No sábado, dia 21 de setembro de 2019, no Centro Histórico de Floresta/PE, aconteceu um dos momentos mais significativos da visita do Representante Diplomático do Papa Francisco no Brasil, Dom Giovanni D'Aniello.

Antes da Celebração Eucarística Especial, expressões das tradições culturais de Floresta como a Confraria do Rosário e o Maracatu Afrobatuque, saíram em cortejo da Igreja do Rosário em direção a Catedral, sendo recebidos por Dom Giovanni D'Aniello e Dom Gabriel Marchesi (Bispo Diocesano de Floresta).

O Grupo Cultural Maracatu Afrobatuque, que completou 8 anos de existência e Resistência Humana e Cultural, é o principal grupo de cultura popular de Floresta e região e é composto por alunos(as) do Projeto Arte e Vida das comunidades do DNER e do Escondidinho/Vulcão.

A apresentação do Maracatu Afrobatuque, foi uma forma de agradecimento a Diocese de Floresta, na pessoa de seu Bispo Dom Gabriel, por sua confiança e apoio ao trabalho do Instituto Cultural Raízes e pela consolidação da parceria que permitiu a criação do projeto Arte e Vida

Representante do Papa Francisco no Brasil tem Encontro com Povos Indígenas

Dom Giovanni D'Aniello, recebendo um abraço do Pajé Pankará Manoel Cacheado

No domingo dia 22 de setembro de 2019, cumprindo um dos últimos compromissos de sua agenda em visita realizada a Diocese de Floresta, o Representante Diplomático do Papa Francisco no Brasil, Dom Giovanni D'Aniello, celebrou Missa na Igreja Matriz de Carnaubeira da Penha.

A celebração foi acompanhada por várias lideranças indígenas das Etnias Atikum e Pankará, além de diversas representações públicas e comunitárias.

Logo após a celebração, em que dirigiu palavras de fraternidade e esperança (em nome do Papa Francisco) Dom Giovanni D'Aniello recebeu de Caciques e Pajés vários presentes representando a arte e tradição indígena de Carnaubeira da Penha.

Dom Giovanni D'Aniello e Dom Gabriel Marchesi no momento da comunhão
Um dos momentos mais emocionante da Celebração Eucarística, foi a comunhão, aonde Dom Giovanni D'Aniello e Dom Gabriel Marchesi (Bispo Diocesano de Floresta), receberam os populares e fiéis presentes, num clima de profunda religiosidade.

O TORÉ

Ao final da Celebração Pajés e lideranças dos Povos Atikum e Pankará, conduziram um momento de forte espiritualidade, com a representação do TORÈ, ritual tradicional dos povos originários de nossa terra.

EM DESTAQUE: Pajé Sr. Augusto do Povo Atikum

EM DESTAQUE: Pajé Sr. Manoel Cacheado do Povo Pankará

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Representante do Papa Francisco no Brasil visita o Projeto Arte e Vida

Da esquerda para a direita: Irmã Kelly, Irmã Graça, Dom Gabriel, Dom Giovanni,
Irmã Darcylene e Libânio Neto.
Nesta sexta-feira dia 20 de setembro de 2019, o Representante Diplomático do Papa Francisco no Brasil, Dom Giovanni D'Aniello, realizou visita ao Projeto Arte e Vida no bairro do DNER.

Dom Giovanni esteve acompanhado do Bispo Diocesano Dom Gabriel Marchesi, os quais foram recepcionados pela comunidade das Irmãs Vicentinas de Gysegem e pela Coordenação do Projeto Arte e Vida.

Após conhecer o Espaço Arte e Vida e verificar quais os serviços prestados às crianças, adolescentes, jovens e mulheres, Dom Giovanni, juntamente com Dom Gabriel, acompanharam as apresentações culturais das alunas e alunos do Projeto Arte e Vida, aonde teve destaque as danças do Caboclinho, Coco de Roda e Maracatu, além da percussão do Samba Reggae e, a apresentação da encenação denominada de "A Viagem", seguida de apresentação da Capoeira.

Finalizando as apresentações culturais o Grupo Cultural Afro Mulher, apresentou o Maracatu, tocado só por meninas/mulheres.

As apresentações culturais foram coordenadas pela equipe de Instrutores do Projeto Arte e Vida, com destaque para Marciano Lima, Igor Roam, Ana Beatriz e Sâmara Nathyelly.

Na oportunidade, Dom Giovanni e Dom Gabriel receberam brindes artísticos produzidos pelo artesão João Batista, que também é o Instrutor de Capoeira do Projeto. 

Fazendo uso da palavra, Dom Giovanni, assim como Dom Gabriel, expressou a alegria pela acolhida e por ver os resultados positivos, já alcançados pelo Projeto Arte e Vida.

Representando o Instituto Cultural Raízes, Libânio Neto, agradeceu a participação de cada uma das crianças, adolescentes e jovens do Projeto Arte e Vida, bem como das mães que se fizeram presentes, expressando ainda a felicidade por ocasião da visita de Dom Giovanni e a gratidão a Dom Gabriel pela confiança, o apoio e o incentivo, para que se possa levar adiante as ações do Projeto nas comunidades do DNER e do Escondidinho.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Representante Diplomático do Papa Francisco visita a Diocese de Floresta

Dom GIOVANNI D'ANIELLO - Núncio Apostólico

Nesta quinta-feira dia 19 de setembro de 2019, realizou-se a acolhida à visita do Núncio Apostólico, Dom GIOVANNI D"ANIELLO, no Centro de Formação da Diocese de Floresta.

O encontro com representantes do Poder Público da região, foi o primeiro compromisso de Dom Giovanni em sua visita de quatro dias a Diocese de Floresta.

Estiveram presentes representantes do Poder Público Municipal das cidades de Floresta, Petrolândia, Itacuruba, Jatobá, Ibimirim e Inajá, além de representações de outros órgãos públicos na região.

Nas palavras proferidas pelo Prefeito de Floresta e pela Prefeita de Petrolândia, destaque para as potencialidades existentes na região, bem como os problemas sociais que ainda são profundos.

Destacou-se também as ações no âmbito da Diocese de Floresta, que representam sinais de esperança, à exemplo do Projeto Arte e Vida, realizado pelo Instituto Raízes em parceria com a Diocese de Floresta,e da estruturação da Fazenda Bom Jesus que acolherá pessoas usuárias de drogas.

Nas palavras de Dom Giovanni, os agradecimentos pela acolhida e a afirmação da ação da Igreja, expressada na solidariedade e na fraternidade, em sintonia com as orientações do Papa Francisco.
Dom GABRIEL MARCHESI - Bispo Diocesano
O Bispo Diocesano, Dom Gabriel Marchesi, demonstrou em suas palavras a alegria em receber a visita de Dom Giovanni, bem como de sua importância para a caminhada da Igreja na Diocese de Floresta e, agradeceu a presença de todos(as) os(as) representantes das instituições públicas da região.

SAIBA COMO SERÁ A AGENDA DO NÚNCIO APOSTÓLICO:

Dia 20, sexta-feira - Manhã: Visita ao Projeto de Psicultura em Jatobá e visita as Agrovilas do Projeto Icó Mandantes em Petrolândia.
Na parte da tarde, Dom Giovanni, visitará o Projeto Arte e Vida no bairro DNER.
À noite realizará encontro com os seminaristas da Diocese de Floresta.

Dia 21, sábado - Encontro com o Clero e Religiosas e, participação no Conselho Diocesano de Pastoral - CODIPA em Floresta.
À noite, a partir das 19:00h, participará de Celebração Eucarística na Catedral de Floresta.

Dia 22, domingo, pela manhã, participará de Encontro com os Povos Indígenas em Carnaubeira da Penha, e encerrando sua passagem pela Diocese de Floresta, visitará a Fazenda Bom Jesus, que tratará de acolher e recuperar pessoas dependentes e usuárias de drogas.

Matéria: Equipe da TV Raízes
Fotos: Washington Luiz Alves e Libânio Neto.

domingo, 28 de julho de 2019

Lideranças indígenas Waiãpi são assassinadas no Amapá

Indígenas da aldeia Marirí fugiram para aldeia Aramirã

Neste sábado (27/07/2019) em torno de 50 garimpeiros invadiram a aldeia indígena de Waiãpi, em Pedra Branca do Amapari, no Estado do Amapá. Segundo informações dos indígenas duas lideranças foram mortas e todos os indígenas da aldeia tiveram que fugir. A aldeia foi tomada pelos garimpeiros armados com metralhadoras e se instalaram na aldeia Marirí fazendo com que as famílias fugissem para a aldeia vizinha de Aramirã.

Os indígenas Waiãpi se preparam para retomar sua aldeia e expulsar os garimpeiros de suas terras.

A invasão pelos garimpeiros e assassinato das lideranças acontecem justamente dois dias depois de Bolsonaro ter discursado em visita na Superintendência da Zona Franca de Manaus, atacando as demarcações e afirmando que irá legalizar o garimpo em áreas indígenas.

O conflito entre garimpeiros e indígenas tem se acirrado desde o início do ano e tende a tomar proporções devastadoras para os índios, já que esta situação é fomentada pelo próprio governo federal e pelas grandes mineradoras internacionais que querem explorar as terras indígenas.

O governo federal insiste em deixar evidente a sua política de dizimar o povo indígena e entregar de bandeja as riquezas nacionais aos imperialistas, alimentando os setores que promovem a exploração e o garimpo ilegal em terras indígenas, para promovam conflitos e assassinatos de lideranças, a fim de roubarem as terras e lucrarem com suas atividades criminosas.

sábado, 22 de junho de 2019

A marcha que não é para Jesus


Por Libânio Neto

No último dia 20 de junho, foi realizada em São Paulo mais uma edição da chamada "marcha para Jesus", que contou com a presença de Bolsonaro, o qual além de defender seu projeto de liberação das armas e proferir uma série de bobagens, fez gesto de arminha
simulando a execução de alguém caído, numa expressão que mostra que não há nada mais anticristão do que atirar em alguém caído. Assim agem os covardes, bandidos e milicianos, que executam suas vítimas com requintes de crueldade.

Más, isso não é nenhuma novidade. Basta vermos como foram seus discursos ao longo de sua carreira política e como se "elegeu" para a presidência, amparado numa rede de mentiras, e na alimentação do racismo, preconceitos, machismo, homofobia, além de uma pregação de violência e morte.

Também não é de estranhar porque o acolhem em dita "marcha", a qual é organizada por um casal de "pastores" Sônia e Estevam Hernandes fundadores da igreja Renascer, que já foram condenados por corrupção e lavagem de dinheiro.

Junto a esses exemplares "bispos" já passaram pela famosa "marcha" outros "pastores" corruptos, enganadores e pilantras, tais como: Silas Malafaia, Valdemiro Santiago, Marcos Feliciano, Magno Malta, entre outros.

"Pastores" milionários que sorriem ao lado do que representa o mal, guiando "rebanhos" de pobres ou remediados, que se permitem por conveniência ou ignorância (em grande maioria) serem manipulados e conduzidos.

Esses ditos pastores, transformaram a fé, num grande empreendimento financeiro e usam o nome de Deus e de Jesus, como mercadoria para promover seus enriquecimentos ilícitos, tudo isto disfarçados por uma pregação de falsa moralidade, de "defesa da família" e dos "valores cristãos".

Eles, que dizem conhecer a Bíblia, certamente, não acreditam no que leem, pois devem saber o que Pedro escreveu, dois mil anos atrás:

Muitos seguirão seus falsos ensinos e práticas libertinas, e por causa dessas pessoas, haverá difamação contra o Caminho da Verdade. Movidos por sórdida ganância, tais mestres os explorarão com suas lendas e artimanhas. Todavia, sua condenação desde há muito tempo paira sobre eles, e sua destruição já está em processo. 

Congo: Como 6 milhões de mortes podem ser colocadas sob o silêncio da mídia?


O genocídio está em andamento, mais de 6 milhões de pessoas (metade delas com menos de 5 anos!) Foram massacradas em geral com indiferença e com o apoio dos Estados Unidos e da Europa! Centenas de milhares de mulheres e meninas foram estupradas e mutiladas pelos exércitos de ocupação. E tudo isso por uma razão principal: para aproveitar a riqueza mineral excepcional que esconde o porão do país ...

Conhecemos o método, amplificamos algumas novidades e escondemos outras igualmente horríveis. Fala-se muito sobre a crise dos migrantes e o Oriente Médio no momento, com a luta contra o terrorismo (?), Uma luta bastante preocupante com a entrada da Rússia , convocada por al Assad, que não fará de renda, alvejando (todos?) os oponentes do presidente sírio. Enquanto isso, estamos deliberadamente ofuscando o que está acontecendo no Congo, ainda assim, livres para mover as pessoas boas rapidamente para chorar sobre o destino dos migrantes pobres, devemos manter algumas lágrimas por um genocídio em andamento, sobre o qual não vamos falar em sua mídia favorita, que parecem fazer lamentações seletivas.

Um genocídio do qual nossos líderes e a comunidade internacional foram cúmplices

No coração da África, o Congo é um país rico, cheio de matérias-primas (diamantes, ouro, estanho, gás, petróleo, urânio, coltan ...), florestas, água, mulheres e homens, de uma multidão de tribos reunidas sob uma nação atraída pelos colonos, e que historicamente não corresponde muito. Após o genocídio em Ruanda, os países vizinhos também se beneficiaram da imprecisão política e institucional no Congo (na fronteira com Ruanda) para atacar de todos os lados este enorme país repleto de tesouros.

E os ocidentais em tudo isso? A culpa dos líderes americanos e europeus pelo genocídio em Ruanda levou-os a seguir uma política pró-Ruanda, deixando os rebeldes ruandeses do lado congolês livres para fazer o que quisessem, ajudados pelos aliados ugandenses e burundeses. 

Mas acima de tudo, os muitos recursos naturais na RDC são vitais para as economias ocidentais, especialmente para os setores automotivo, aeronáutico, espacial, de alta tecnologia e eletrônica, jóias ... especialmente o Coltan (que o Congo tem pelo menos 60 % de recursos globais) é essencial na fabricação de componentes eletrônicos encontrados em TVs, computadores, smartphones, mas também algumas armas como mísseis! A RDC também está sofrendo com o desmatamento maciço. Os principais importadores? EUA, Europa, China. Não é de admirar.

Mas como a invasão da guerra parece interna à África, ninguém pode acusar os EUA e outras potências ocidentais de aproveitar os recursos e a riqueza do Congo intervindo diretamente. Não, é ainda mais conveniente deixar as pessoas descerem entre elas. Enquanto isso, os EUA apóiam sucessivas ditaduras no Congo e nas milícias ruandesas e ugandenses. Merry.

Pobreza sustentada e condições de vida desproporcionais, estupros incessantes (e uma taxa de AIDS de até 20% da população nas províncias do leste), deslocamentos populacionais, indignações, epidemias ...: uma estratégia de desumanização está em vigor fazer as vítimas desamparadas, uma situação terrível em que não há palavras duras o suficiente.

                       

Enquanto a opinião pública abdica, o congolês continua sendo o negro? da África? Baloji, tudo isso não vai fazer você Congo

Os líderes ocidentais estão tão sedentos por riquezas que permitem um novo genocídio? Sim, a ponto de permitir perpetrar e até mesmo cobrir um novo genocídio. Com armas, treinamento militar de nossas elites. Uma coisa: o que acontece no Congo, questões políticas e econômicas para o genocídio, não é determinado apenas pelos congoleses, mas também pelos poderes carnívoros, famintos por riqueza e sem consideração pelo povo.

A situação no Congo será resolvida pelos próprios congoleses. Mas a comunidade internacional deve parar urgentemente de apoiar os ruandeses, os ugandenses e todas as milícias que perpetuam este insuportável estado de guerra, permitindo-lhes pôr as mãos na riqueza de um país sem ter de responsabilizar ninguém.

6 milhões de mortos. Metade dos quais são crianças pequenas. O mundo diz que é grátis? - nós - devemos imperativamente olhar no rosto o que é sua liberdade? deixe ir. Por que tanta violência e tão pouco barulho da mídia?

É desinteressante para os europeus? Não é este sensacional o suficiente, este massacre que conta em milhões de pessoas? É muito longe de casa, eles aplicam mais uma vez esta lei odiosa da proximidade? ? Por que nenhuma reação, nenhum impacto no imaginário coletivo, sem indignação, sem raiva, sem emoção?

Nosso dever como cidadãos do mundo é, portanto, transmitir a mensagem. Deixe o mundo saber. Antes que o mundo se mova. Há culpados na Europa como existem na África. O silêncio dos poderosos mata tanto quanto o som das metralhadoras. Deixe todos os assassinos encararem suas responsabilidades.
Conflito no Congo: a verdade desvelada

Relatório de 26 minutos sobre a situação no Congo. Cuidado, este documentário contém imagens difíceis de suportar.