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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Brumadinho - Não foi tragédia nem acidente FOI CRIME, FOI ASSASSINATO


A exemplo do que aconteceu há pouco mais de 3 anos (5 de novembro de 2015) em Mariana, causando a morte de 19 pessoas e enormes prejuízos a uma série de famílias e a toda uma região, além de danos ambientais, o mesmo crime se repete agora em Brumadinho, com consequências ainda mais graves.

Não é simplesmente uma tragédia, nem tampouco um acidente, é um crime e um assassinato que tem seus responsáveis diretos e indiretos.

Da empresa mineradora Vale e suas consorciadas, dos órgãos responsáveis pela fiscalização, dos governos ao judiciário, todos são responsáveis por cada uma das vidas destruídas, por cada uma das famílias que sofrem com tamanho e criminoso descaso.

Por outro lado, mostra que o modelo de sociedade e governança que vemos prevalecer em nosso país, privilegiando o capital e os lucros, em detrimento do ser humano e do meio ambiente, não tem a mínima preocupação com as vidas humanas e com o meio ambiente. Para eles, são efeitos colaterais.

Se estivéssemos em um país sério, aonde a lei fosse igual para todos, os responsáveis estariam presos, julgados criminalmente pela morte de várias pessoas e pela destruição ambiental.

VEJAM VÍDEOS SOBRE O CRIME DE BRUMADINHO:



sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Conheça 9 marcas famosas envolvidas com trabalho escravo

                       

Para elevar em escalas extraordinárias seus lucros, os capitalistas se utilizam de muitos meios, um deles é a mão de obra na condição análoga ao trabalho escravo, diminuindo ainda mais os custos na produção. O governo Temer cortou as verbas do Ministério do Trabalho para que possam investigar trabalhadores nessas condições e impôs barreiras para dificultar as fiscalizações, o que praticamente legaliza o trabalho escravo no Brasil. Hoje uma greve de auditores do trabalho em 21 estados brasileiros ocorreu em repudio a Temer.

Abaixo, veja 9 marcas que foram investigadas por trabalho análogo à escravidão:

1) Zara

Uma grande marca de roupas, com lojas por todo mundo, foi punida por trabalho escravo muitas vezes. Houve notícias nos anos de 2011, 2014, 2015, 2017. Todas as vezes por manter linhas de produção de suas roupas sob um regime de análogo a escravidão, chegando a ser multada em 5 milhões de reais. (fonte)

                           

2) Apple, HP e Dell

Todas essas empresas de produtos eletrônicos tem seus aparelhos montados em uma fábrica chamada Foxconn. Na china, esta empresa mantem seus funcionários em condições de risco, como exposição à produtos químicos, e são obrigados a assinar um termo de "não-suicídio" no contrato de trabalho. (fonte)

                           
3) Sadia e Perdigão

A empresa dona das marcas como Sadia, Perdigão, Batavo e Elegê, a Brasil Foods (BRF), foi condenada a pagar 1 milhão de indenização por manter trabalhadores em condição análoga a escravidão em Iporã, interior do Paraná.
(fonte)

                                        
4) Renner

A Renner, uma grande varejista de roupas com lojas por todo Brasil, foi responsabilizada por manter 37 costureiros bolivianos sob condição de trabalho escravo em São Paulo no ano de 2014. (fonte)

                        
Condições em que viviam uma família boliviana na oficina clandestina (direita)
5) Coca-Cola

Dois centros de distribuição de produtos da Coca-Cola em Minas Gerais identificou 179 caminhoneiros e ajudantes trabalhando por jornadas exaustivas, chegando a fazer me média 80 horas extras semanais.(fonte) Além disso
Foi acusada em investigação do The Independent de utilizar trabalho escravo em uma plantação de laranjas na Calabria, Itália com imigrantes africanos.

                           
6) M.Officer

Um casal boliviano foi encontrado produzindo peças da marca de roupas M.Officer no bairro de Bom Retiro, em São Paulo. Onde viviam e também trabalhavam era um lugar sem condições básicas nenhuma: não tinha cozinha, instalações elétricas irregulares e sem condições de higiene e limpeza. (fonte)

                             
7)Victoria’s Secret

A menina Clarisse Kambire de Burkina Faso em entrevista á Bloomberg (aqui) revelou ter sido forçada a plantar e a colher algodão sofrendo abuso físico. A unica medida da empresa foi retirar o selo do comércio justo, "fair trade", de suas marcas que deveriam em tese ser uma garantia contra a exploração dos trabalhadores.

                               
8) Pernambucanas

A rede das Lojas Pernambucanas, conhecida por comercializar produtos eletrodomésticos, eletrônicos, roupas e artigos de casa, teve roupas de uma de suas coleções outono-inverno produzidas sob condição de trabalho escravo. Foram 16 bolivianos encontrados na Zona Norte de São Paulo. (fonte)

                             
9) Marisa

A magazine de roupas Marisa se envolveu com trabalho escravo e foi denunciada duas vezes: em 2007 e 2010. A rede também utilizava mão de obra boliviana em regime análogo a escravidão na produção de suas peças. (fonte)

                               
                                     E mais um bônus: veja 250 empresas na "Lista Suja"

Apesar da resistência do governo Temer, que se recusava a divulgar os nomes da empresas denunciadas por trabalho escravo, veio a ser divulgada uma lista chamada "lista suja" com 250 lugares, dentre elas há fazendas de plantação, obras de universidades, obras de construção civil, carvoarias, entre outros.

Confira aqui a lista completa do Ministério do Trabalho.

Nova "lista suja do trabalho escravo" revela aumento da escravidão após o golpe



Por Redação de Esquerda Diário

Em 2017, o então presidente, Michel Temer tentou levar adiante medidas que flexibilizavam a fiscalização contra o trabalho escravo ou análogo a escravidão no país. Neste mesmo ano, houve uma queda de 50% nas verbas disponíveis para averiguação de novas denúncias que podem ser feitas. O número de locais de trabalho fiscalizados apresentou uma queda de mais de 40% e o número de operações de inspeção do trabalho mais de 58%.

Ainda assim, a quantidade de trabalhadores em condições análogas ao trabalho escravo no Brasil cresceu mais de 28% no ultimo ano em relação a 2017. Ainda que o número de estabelecimentos fiscalizados tenha diminuído cerca de 15%. Segundo dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), que foi transferida do Ministério do Trabalho para o Ministério da Economia, agora dirigido pelo entreguista ultraliberal Paulo Guedes.

A última atualização da “lista suja do trabalho escravo” foi disponibilizada no inicio deste mês pela SIT, e conta com 202 empregadores que submeteram um total de 2.463 trabalhadores a tais condições. Dos 22 estados onde os autos foram registrados, o que teve o maior número de empregadores autuados foi MG, com 55 casos, agora nas mãos do ultraliberal e escravista Romeu Zema, que prepara um governo de empresários e muitos ataques aos trabalhadores.

Na maioria dos casos estes trabalhadores atuam no setor primário, agropecuária e extração de recursos naturais, mas também são encontradas nas cidades. De onde escrevo - Caxias do Sul (RS), segundo maior pólo metal mecânico do país – duas empresas compõem a lista.

A reforma trabalhista e a flexibilização das leis de terceirização, aprovadas ainda pelo golpista Temer para agradar os parasitas, permite que empresários precarizem postos de trabalho a tal ponto que podem ser definidos como semi-escravo, escondendo-se atrás de contratos curtos e responsabilizando terceiros pelas condições de trabalho em fábricas e oficinas que fabricam mercadorias para grandes marcas.

Principalmente agora, com a eleição de Bolsonaro e vários governadores neoliberais pelo país, as instituições estatais estão governadas politicamente pra atender os interesses dos capitalistas garantindo que o trabalho escravo continue existindo. Mesmo após autuados a única punição aos empresários são multas pagas com o mesmo sangue e suor dos trabalhadores que produzem seus lucros, alem de manter aqueles que perdem seus “empregos” vulneráveis a novas formas de escravidão. Uma medida muito mais eficiente para acabar com este tipo de crime capitalista seria estatização dos meios de produção de proprietários autuados, colocando-os sob controle dos trabalhadores e da população.

Mas para alcançar reivindicações como esta, além de revogar a reforma trabalhista, as leis de terceirização irrestrita e impedir que a reforma da previdência seja aprovada, fazendo-nos trabalhar até morrer, é necessário que o conjunto da classe trabalhadora retome a confiança em suas próprias forças. É preciso que os trabalhadores se organizem para exigir de seus representantes sindicais que rompam com o imobilismo. A CUT e a CTB devem deixar de lado a paz com Bolsonaro, e organizar um plano de lutas efetivo.

Lama da Barragem de Brumadinho pode chegar ao São Francisco - Veja imagens do rio de lamas


Lama está em curso em direção à bacia do Paraopeba, um dos principais afluentes do rio que percorre Minas e Nordeste 

Jornal GGN

Jornal GGN - A lama da Barragem de Mina Córrego do Feijão, rompida no início da tarde desta sexta-feira (25), pode alcançar o rio São Francisco se nada for feito. O alerta é do membro da coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli Jaison Andrioli.

Por telefone, ele falou ao GGN que há riscos dos rejeitos de mineração alcançarem o Rio Paraopeba, que banha o estado de Minas Gerais. O Paraopeba é um dos principais afluentes do rio São Francisco. 

"Nosso temor é que, a exemplo do desastre de Mariana, onde a lama percorreu 700 quilômetros até o oceano, o desastre de Brumadinho alcance o Rio São Francisco", disse Andrioli. O São Francisco percorre cinco estados (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas) e sua bacia envolve 521 municípios distribuídos em sete estados. 

O Rio Paraopeba tem extensão de 510 quilômetros. Sua foz, ou seja, o final, está na represa de Três Marias, administrado pela Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais S.A). Portanto, uma das formas de impedir que os rejeitos químicos sigam o rumo é o bloqueio da hidrelétrica. 

Vítimas 

Andreoli afirma que ainda não se sabe ao certo o número de vítimas, mas o cálculo é que seja superior ao número de mortos do rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro de 2015, em Mariana (MG). Na época, 20 pessoas morreram soterradas. 

"A estimativa que temos, até agora, de mortos em Brumadinho, é que seja 30 pessoas, porque tinha gente almoçando em um restaurante atingido. Mas ainda é especulação", afirmou o representante da MAB. Minitos depois, a esta entrevista, o corpo de Bombeiros nunciu uma estimativa de 200 desaparecidos. 

O MAB está prestando solidariedade às vítimas e foi uma das primeiras organizações a chegar no local do acidente. O grupo acredita que o novo rompimento é fruto da negligência da Vale S.A, que também respondia pela barragem de Fundão, mas no caso de Mariana, junto com a anglo-australiana BHP Billiton.

"Não temos dúvidas que o desastre de hoje é fruto de mais uma negligência da Vale que poderia ter sido evitado com medidas sérias de fiscalização, isso se tivessem políticas sérias de meio ambiente, segurança de barragens", completa Andrioli.

Segundo ele, cerca de 100 barragens no estado estão em situação de risco e acusa as mineradoras de atuarem junto a representantes na Assembleia Legislativa do estado de Minas Gerais para barrar projetos de lei que aumentem a responsabilidade das companhias.

"Impunidade gera impunidade. Se tivesse havido condenação e prisão de membros da Vale no caso Mariana, o desastre não teria se repetido". 

Segundo Andreoli três projetos de lei, propostos com o apoio do então governador Fernando Pimentel, estão parados na Assembleia mineira. Entre outras medidas, as organizações ambientais e de direitos humanos exigem que as mineradoras sejam forçadas a garantir a sustentabilidade social e ambiental na produção de minério.

Veja registro em vídeo de mais esse crime ambiental:


Saldo da privatização da Vale: mortes, destruição e R$320 bilhões para os banqueiros



Por Redação de Esquerda Diário

Com complementos do Blog TV Raízes Notícias

É repugnante e revoltante o crime cometido hoje em Brumadinho, Minas Gerais. Esse crime é continuidade do crime de Mariana e mais que isso, é resultado direto da privatização feita por Fernando Henrique Cardoso e continuada (infelizmente) nos governos do PT. O saldo de 21 anos de privatização da Vale é a entrega de R$320 bilhões para os acionistas e um rastro de mortes e destruição deixados em nosso país.

Milhares de demissões nos anos 90, terceirização, exploração do trabalho e hoje, 25 de janeiro de 2019, um rastro criminoso de centenas de desaparecidos, centenas de quilômetros de destruição. Um novo repugnante crime capitalista. Como se não bastasse a maior tragédia ambiental da história nacional, em Mariana, o crime da Vale em Brumadinho revela a falsidade de que as privatizações são benéficas.

O crime da Vale do Rio Doce em Brumadinho continua o crime de Mariana cometido pela Samarco, empresa que é uma parceria da Vale com a anglo-australiana BHP Billiton, e é expressão direta da privatização feita por FHC e honrada pelo PT quando era governo. Essa destruição e essas mortes são um dos grandes saldos da privatização, junto dos R$ 320 bilhões que foram entregues aos banqueiros. Bilhões e mais bilhões aos banqueiros, e no Brasil ficam a destruição, as mortes.

Bolsonaro e Guedes são os herdeiros da catástrofe das privatizações, que ambos defenderam ferrenhamente em campanha. Bolsonaro cansou de dizer que "licença ambiental atrapalha", e que a fiscalização significa "indústria da multa". A vida de centenas de pessoas não importa nada para Bolsonaro e seu gabinete: os lucros dos capitalistas valem mais que as vidas humanas.

A Vale do Rio Doce foi privatizada pelo tucano FHC em 6 de Maio de 1997 pelo criminoso valor de US$3,3 bilhões, o que corresponde a R$17,66 bilhões nos dia de hoje. Este valor é equivalente a 5,5% dos R$320bilhões que foram arrancados do nosso solo como lucro legal!

O Esquerda Diário revisou os balanços da Vale desde sua privatização e atualizou os valores de seu lucro legal pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) acumulado até dezembro de 2018, os resultados são os seguintes:

1997: lucro de R$3,70bi
1998: lucro de R$4,45bi
1999: lucro de R$5,06bi
2000: lucro de R$7,75bi
2001: lucro de R$9,84bi
2002: lucro de R$5,42bi
2003: lucro de R$10,88bi
2004: lucro de R$13,91bi
2005: lucro de R$21,97bi
2006: lucro de R$27,34bi
2007: lucro de R$38,42bi
2008: lucro de R$36,57bi
2009: lucro de R$17,88bi
2010: lucro de R$47,62bi
2011: lucro de R$56,47bi
2012: lucro de R$13,812bi
2013: lucro de R$0,152bi
2014: lucro de R$1,22bi
2015: perda de R$-50,93bi
2016: lucro de R$14,30bi
2017: lucro de R$22,24bi
2018 (3 trimestres): lucro de R$11,156

Soma em valor de 2018: R$ 319,22 bilhões

Como pode se notar, em 3 ou 4 anos o preço da privatização já estava pago, e todo o restante foi saque e destruição de nosso país. O PSDB iniciou o crime em 1997, privatizando a empresa e entregando bilhões a empresários e acionistas. O PT seguiu os passos do neoliberalismo tucano. Os lucros para os acionistas aumentaram ferozmente nos anos de governo de Lula e Dilma: enquanto no governo FHC a média de lucro anual foi de R$6,03 bi por ano, nos governo do PT a média (incluindo o prejuízo de 2015) foi de R$18,1 bilhões de reais.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Guarani-Kaiowá denuncia a morte de mais de 300 indígenas em conflitos fundiários no MS e enfrenta ameaça de Eduardo Bolsonaro

Valdelice lamentou o fato de, até agora, apenas o julgamento do assassinato do seu pai ter sido realizado, mas sem a condenação dos mandantes, que continuam a ameaçar sua família.

A líder indígena Guarani-Kaiowá Valdelice Veron denunciou nesta quarta-feira, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a morte de mais de 300 indígenas em conflitos fundiários no Mato Grosso do Sul.

Em discurso emocionado, Valdelice citou o nome de várias vítimas e lamentou o fato de, até agora, apenas um julgamento ter sido realizado: o do assassinato do seu pai, cacique Marcos Veron, sem a condenação dos mandantes, que continuam a ameaçar sua família. “Estamos vivendo um genocídio e terrorismo e trago um clamor do meu povo”, afirmou.

Confira o vídeo da fala de Valdelice Veron:


Veja a matéria completa, acessando o link abaixo:
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/497808-GUARANI-KAIOWA-DENUNCIA-A-MORTE-DE-MAIS-DE-300-INDIGENAS-EM-CONFLITOS-FUNDIARIOS-NO-MS.html

O nome de Deus tornou-se banalizado na boca de bandidos



O ex-ator Guilherme de Pádua, condenado pelo assassinato da atriz Daniela Perez, filha da autora Glória Perez, lançou um canal no Youtube para fazer pregações. Com dois vídeos já publicados, o ex-ator fala sobre a polêmica de virar cristão depois de cometer crimes e as facções nos presídios brasileiros.

No vídeo publicado há uma semana com o título "Agora virou santo, né? Mata, rouba, trafica e depois depois vira crente?", Guilherme, que agora é pastor, prega sobre o criminoso que se regenerou e virou cristão. "Eu queria falar com você sobre um assunto que é bastante polêmico. Tenho visto muitos fazendo ironias pesadas pelo fato de algumas pessoas com o passado manchado, sombrio, a pessoa que foi bandido, alcoólatra, em especial, alguém que cometeu um crime, passar a dizer que é cristão. Aí a gente vê aqueles comentários: Fez tudo que podia e não podia e agora diz que é santo?", começa dizendo no vídeo. 

A pregação continua e ele afirma que : 'Isso é possível já que "não sou mais eu, mas Cristo que vive em mim. (...) Na igreja em que frequento, conheço dezenas de pessoas que eram do crime mudarem de vida porque se tornaram crentes. De certa forma, a igreja é um ambiente muito propício para pessoas que têm a tendência de fazer coisas erradas. A cultura é: precisamos fazer o correto. Porque, intimamente, dentro de cada um que começa a crer em Cristo, existe aquele sentimento que existe um Deus em mim, e que esse Deus me perdoa dos meus pecados, lança no mar de esquecimento e deles não se lembra mais", afirma.

Guilherme de Pádua foi condenado por homicídio qualificado há 19 anos e seis meses de prisão pelo assassinato da atriz Daniela Perez. Paula Tomaz, atual mulher dele, também foi condenada pelo mesmo crime.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Quem foi João Francisco dos Santos, mais conhecido como Madame Satã?


João Francisco dos Santos, mais conhecido como Madame Satã, foi uma Drag Queen  (transformista) brasileira imortalizada pela cultura marginal da década de 1920 no Rio de Janeiro.
 
Nascido em Pernambuco, na cidade de Glória do Goitá, no dia 25 de fevereiro de 1900, quando criança sua família o trocou por uma égua. Após ser criado como empregado em uma casa em Recife, se transferiu para o Rio de Janeiro, onde fixou residência no famoso bairro da Lapa, sede da vida boêmia carioca.
 
Na cidade maravilhosa, trabalhou como segurança de casas noturnas e montou uma rede de proteção a prostitutas e mendigos, impedindo que as profissionais do sexo fossem estupradas, abusadas e caloteadas pelos clientes e que mendigos fossem assassinados por policiais a mando de comerciantes da região. 

Muito habilidoso na arte da capoeira e na manipulação da famosa navalha, não era raro ver João batendo em malandros, clientes folgados e até mesmo policiais. Inclusive, foi a morte de um agente de segurança que o levou para o terrível presídio de Ilha Grande, onde cumpriu pena de 16 anos por assassinato. 

Ao longo da vida foi preso muitas vezes, por motivos diferentes. Em sua "capivara" os crimes são variados, há de atentado ao pudor a homicídio, passando pelos crimes de vadiagem e porte de armas. 

Madame Satã entrou para a história do Rio de Janeiro como uma figura extrovertida e irônica, que enfrentou o preconceito contra homossexuais, negros e pobres. 

Ficou conhecida por sempre se meter em brigas para defender aqueles que considerava "elementos marginais" como: moradores de rua, crianças abandonadas, boêmios bêbados e meretrizes.

Texto - Joel Paviotti

21 de janeiro, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa


Hoje, 21/1, é o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data coincide com a morte da ialorixá Gildásia dos Santos, mãe Gilda de Ogum, fundadora do Axé Abassá de Ogum, na Bahia. 

Essa data foi instituída em 2007, pelo  então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, através da Lei nº 11.635, em homenagem à Yalorixá baiana Gildásia dos Santos e Santos (Mãe Gilda de Ogum), do Terreiro Axé Abassá de Ogum, de Salvador, que faleceu em 2000, nesta data, vítima de infarto, depois de ver sua foto, usada sem autorização, na capa do jornal Folha Universal com o título: - “Macumbeiros charlatães lesam o bolso e a vida dos clientes”. Com isso, o Terreiro foi invadido por fanáticos evangélicos, que quebraram imagens e objetos sagrados, agrediram Mãe Gilda e seu marido, verbal e fisicamente, usando até uma bíblia para bater em sua cabeça. 

A Justiça indenizou a família em R$ 145.250,00.

Estado Laico

O Brasil é um *Estado Laico. Sendo laico, significa dizer que não possui religião oficial ou uma crença que mereça privilégios em detrimento de outras. Em um país laico, todas as expressões religiosas devem ser igualmente respeitadas e atendidas em suas diferentes demandas - sobretudo protegidas! Por isso, é papel do Estado garantir liberdade de culto não apenas às igrejas cristãs, mas também às mesquitas, sinagogas, templos budistas, casas de umbanda, terreiros de candomblé, centros espíritas, etc.

Intolerância religiosa é crime

Cabe lembrar que a intolerância religiosa é CRIME, vide artigo 20 da Lei 7.716/89. Induzir ou incitar discriminação e preconceito em razão da religião prevê pena de 1 a 3 anos, além de multa. Assim, se você não concorda ou não gosta da fé praticada pelo seu amigo, por sua vizinha ou pelo coleguinha de trabalho, tem esse direito. Mas deixe que eles sigam em paz... e como diz um ditado popular, “o seu direito acaba onde começa o dos outros”.

Uma denúncia a cada 15 horas

O Brasil registra uma denúncia de intolerância religiosa a cada 15 horas. Os adeptos de religiões de matriz africana estão entre os principais alvos. Casos recentes, como os ataques nas redes sociais contra a imagem, o legado e a memória de mãe Stela de Oxóssi, no fim do ano passado, e os ataques a terreiros em comunidades do Rio, deixam claro que muita coisa precisa mudar.


* Estado Laico, o que é?

Estado laico significa um país ou naçãocom uma posição neutra no campo religioso. Também conhecido como Estado secular, o Estado laico tem como princípio a imparcialidade em assuntos religiosos, não apoiando ou discriminando nenhuma religião.

Um Estado laico defende a liberdade religiosa a todos os seus cidadãos e não permite a interferência de correntes religiosas em matérias sociopolíticas e culturais.

Um país laico é aquele que segue o caminho do laicismo, uma doutrina que defende que a religião não deve ter influência nos assuntos do Estado. O laicismo foi responsável pela separação entre a Igreja e o Estado e ganhou força com a Revolução Francesa.

O Brasil é oficialmente um Estado laico, pois a Constituição Brasileira e outras legislações preveem a liberdade de crença religiosa aos cidadãos, além de proteção e respeito às manifestações religiosas.

No artigo 5º da Constituição Brasileira (1988) está escrito:

“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”

Contudo, a laicidade do Estado pressupõe a não intervenção da Igreja no Estado, e um aspecto que contraria essa postura é o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras.

Nos países que não são laicos (teocráticos), a religião exerce o seu controle político na definição das ações governativas. Nos países teocráticos, o sistema de governo está sujeito a uma religião oficial.

sábado, 19 de janeiro de 2019

NOSSA HOMENAGEM A MARCELO YUKA


SUA PARTIDA DEIXA SAUDADES, MÁS FICA O LEGADO DE SUAS AÇÕES E DA SUA FORÇA PARA SUPERAR AS BARREIRAS, NA LUTA PELA VIDA.

"PAZ SEM VOZ, NÃO É PAZ, É MEDO" ESSA FRASE JÁ NOS ACOMPANHA E, SEGUIRÁ FAZENDO SENTIDO.

NÃO EXISTIRÁ PAZ SEM LUTA!
NÃO EXISTIRÁ PAZ, ENQUANTO HOUVER INJUSTIÇA!
NÃO EXISTIRÁ PAZ, SE NÃO HOUVER IGUALDADE!
NÃO EXISTIRÁ PAZ, ENQUANTO NÃO ACABARMOS COM O RACISMO E O PRECONCEITO!

NOS VÍDEOS O CLIP DA MÚSICA E A MATÉRIA VEICULADA HOJE NO JORNALISMO TELEVISIVO.



SEGUE ABAIXO A LETRA DA MÚSICA:

Minha alma

A minha alma tá armada
E apontada para a cara
Do sossego
Pois paz sem voz 
Paz sem voz
Não é paz é medo

As vezes eu falo com a vida
As vezes é ela quem diz 
Qual a paz que eu não quero
Conservar para tentar ser feliz

As grades do condomínio
São para trazer proteção 
Mas também trazem a dúvida
Se é você que está nessa prisão

Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar 
Na poltrona no dia de domingo, domingo

Procurando novas drogas
De aluguel nesse vídeo 
Coagido é pela paz
Que eu não quero 
Seguir admitindo

É pela paz que eu não quero, seguir
É pela paz que eu não quero, seguir
É pela paz que eu não quero, seguir
Admitindo

Papa em mensagem aos jovens indígenas: preservem suas raízes


“Nós assumimos a memória do nosso passado para construir esperança com coragem”.

Francisco enviou nesta sexta-feira (18) uma mensagem em vídeo dirigida aos jovens indígenas que estão participando da Jornada Mundial da Juventude Indígena.

Teve início nesta quinta-feira, 17, e se estende até o próximo dia 21, a “Jornada Mundial da Juventude Indígena”, que reúne mais de mil jovens indígenas, provenientes de vários países, na diocese panamenha de Davi, em Soloy.

Estes jovens, que se unirão aos demais, na presença do Santo Padre, de 23 a 28 próximos, no Panamá, representam os cerca de 60 milhões de indígenas de 522 povos diferentes, das Américas e Austrália.

A estes jovens indígenas, o Papa Francisco enviou uma vídeo-mensagem, em espanhol. Eis o texto integral:

“Queridos jovens.

Ao término da Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia, em julho de 2016, disse aos jovens voluntários: “Nós assumimos a memória do nosso passado para construir esperança com coragem”. E esse é o lema que escolheu para este Encontro Mundial da Juventude Indígena ajuntado de 17 a 21 de janeiro deste ano (pré-Day JMJ) em Soloy, Ngäbe-Bugle, Diocese de David, no Panamá.

Felicito-o porque é a primeira vez que uma reunião pré-JMDA é organizada especificamente para jovens de povos indígenas, de povos indígenas em todo o mundo. Uma iniciativa que quero agradecer à Seção Pastoral Indígena da Conferência Episcopal do Panamá, apoiada pelo CELAM.

Queridos jovens, convido-vos a este encontro, que reúne centenas de jovens de diferentes povos indígenas servem para refletir e celebrar sua fé em Jesus Cristo a partir da antiga riqueza de suas culturas nativas. Exorto-vos a ser uma oportunidade para responder ao convite para a juventude em outros momentos para ser grato para a história de seu povo e valente enfrentar os desafios em torno deles para seguir em frente com esperança na construção de um outro mundo possível . Volte para as culturas de origem. Cuide das raízes, porque das raízes vem a força que as fará crescer, florescer e dar frutos. Além disso, você deve ser uma forma de mostrar o rosto indígena da nossa Igreja na atmosfera da JMJ e afirmamos nosso compromisso de proteger a nossa casa comum e ajudar a construir um outro mundo, mais justa e mais humana é possível.

Sem dúvida, as questões que, de acordo com a agenda será reflexo de você, incentivar em busca de respostas a partir da perspectiva evangélica, tantas situações escandalosas de marginalização, exclusão, descarte e empobrecimento para que milhões de jovens, especialmente jovens dos povos originários, são condenados no mundo. O ato de você, a consciência de pertença às suas aldeias de você, é uma reação contra esta cultura de descarte, contra esta cultura de esquecer as raízes, projetadas para um futuro mais gasosos, líquidos cada vez mais infundados.

Meninos e meninas, se encarreguem de suas culturas! Tome conta de suas raízes! Mas não fique aí. Dessas raízes crescem, florescem, dão frutos. Um poeta disse que “tudo que a árvore tem de flor, vem do que está enterrado”. As raízes. Mas raízes tomadas no futuro. Projetado para o futuro. Este é seu desafio hoje.

Será um prazer para mim encontrá-los no Panamá. E quando esse momento chegar, desejo-lhe os melhores sucessos no Encontro e dou-lhe a minha bênção.

Jatuaida, Jamorogodre.

Que Deus os abençoe!”

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Saiba quem é o padre apoiador de Bolsonaro e defensor do uso de armas - é também conhecido como o Malafaia dos católicos conservadores

Padre Paulo Ricardo foi cabo eleitoral de Bolsonaro na campanha presidencial



O presidente Jair Bolsonaro divulgou um vídeo nesta segunda-feira (7), no Twitter, em que o padre Paulo Ricardo de Azevedo Junior defende o direito da população ao armamento. Vigário em Cuiabá, Paulo Ricardo apoiou a candidatura de Bolsonaro à Presidência e é conhecido por seus discursos contra a esquerda e o PT. Devido à sua militância, ficou conhecido como o “Malafaia dos católicos” – referência ao pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e aliado do presidente. “Nós cristãos buscamos a paz, mas não somos pacifistas, porque somos capazes de lutar”, diz no vídeo o padre, atribuindo a declaração ao Papa VI, cujo pontificado durou de 1963 a 1978.

Na gravação, publicada em 2011 após o massacre de Realengo, no Rio, no qual um jovem de 23 anos invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira e matou 12 estudantes, entre 13 e 16 anos, Paulo Ricardo chamou a defesa do desarmamento de “crise histérica” e “pura hipocrisia”. Na ocasião, um grupo de parlamentares defendeu que o Estatuto do Desarmamento, que proíbe a venda de armas de fogo no país, fosse submetido a nova consulta popular. Em 2005 o texto foi rejeitado.

Segundo o religioso, o direito à legítima defesa é “cristão e moral”, “uma caridade”. “É algo que existe e, mais que um direito, muitas vezes é um dever. Imagine um assaltante que entra na sua casa, agride sua esposa, violenta sua filha e dilapida seu patrimônio. Você vai ter coragem de olhar na cara delas e dizer ‘sou da sua paz, não fiz nada porque sou pacifista’?”

Na visão do padre, nem todo assassinato é "pecado". “Pecado é tirar a vida do inocente. O pecado do homicídio é isso. Não estamos tirando a vida de um inocente, mas a vida do agressor”, defendeu.

Marxismo cultural

Durante a campanha eleitoral, Paulo Ricardo fez sermões em favor de Bolsonaro que viralizaram na internet. De perfil conservador, o padre classifica as discussões sobre gênero, chamadas por ele de “ideologia de gênero", como um câncer a ser combatido e diz que o país tem cada vez mais ignorantes graças à esquerda e ao “marxismo cultural. “As nossas universidades todas estão infiltradas de gramscismo. Para ensinar português, o que você faz? Não ensina mais gramática. Você vai e dá um texto para o aluno de um tema social. Os nossos alunos chegam à universidade analfabetos porque, ao invés de aprender português, aprendem marxismo”.

Na semana passada o presidente Jair Bolsonaro disse que vai facilitar a posse de armas por meio de um decreto. Segundo ele, a ideia é acabar com a subjetividade do Estatuto do Desarmamento. “Ali, na legislação diz que você tem que comprovar efetiva necessidade. Conversando com o [ministro da Justiça] Sergio Moro, estamos definindo o que é efetiva necessidade. Isso sai em janeiro, com certeza”, disse em entrevista ao SBT. Bolsonaro adiantou que pretende tornar o acesso mais simples a moradores de localidades com altos índices de mortalidade.

Em atitude totalmente contrária ao evangelho e anti cristã - Padres pró-Bolsonaro defendem uso de armas para legítima defesa de católicos

À direita, o padre Edvaldo Betioli aparece em centro de treinamentos de tiros em Atibaia
De O Globo:

Em sua conta pessoal no Twitter o presidente Jair Bolsonaro aproveitou a segunda-feira uma postagem de uma pregação católica para destacar uma de suas principais bandeiras: a defesa das armas de fogo. Bolsonaro retuitou um vídeo no qual o padre Paulo Ricardo de Azevedo afirma que os católicos têm direito à legítima defesa e, por isso, podem optar pelo uso do armamento.

O Deus obsessivo e politicamente incorreto de Bolsonaro


A ideia de Deus começa a se tornar, como nas piores teocracias, um curinga para encobrir políticas de obscurantismo



No discurso de posse do novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, a palavra mais usada foi Deus, fazendo honra ao seu lema de campanha, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Dá a impressão de que o Brasil deseja ser governado sob o amparo divino, mais do que sob as leis e a Constituição.

E não só o presidente, mas também seu recém-estreado ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que Deus estará “na diplomacia, na política, em todas as partes”. E chegou a individualizar essa presença forte de Deus em dois personagens emblemáticos do mundo atual: os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Bolsonaro. São eles dois que, segundo o diplomata, devolverão a Deus a uma civilização que o tinha perdido.

Trata-se, entretanto, de um Deus ambíguo e politicamente incorreto, já que apresentado como representante da civilização cristão-judaica. Não é o Deus que deve libertar os escravos da pobreza e da injustiça, o Deus dos que sofrem por serem diferentes, o dos excluídos dos privilégios, e sim o que adoram os satisfeitos, o vingador mais que o pacificador. O Deus da violência mais que o desarmado das bem-aventuranças.

Um Deus que infunde medo nos que deveria acolher sob sua proteção. É um Deus que se faz ouvir só através das ordens, gritos e armas do poder, não o que fala no silêncio dos corações em busca de paz e de diálogo.

Basta, entretanto, observarmos os países que colocaram Deus “acima de tudo e de todos”, e seus resultados. Costumam ser não só os mais autoritários e atrasados, mas também aqueles onde os pobres e as minorias sofrem com mais força a injustiça e a violência. O Brasil, é verdade, sempre foi um país, como quase toda a América Latina, com uma forte presença religiosa nas massas populares. Tratava-se, entretanto, mais de uma postura pessoal, como refúgio contra a dor e as dificuldades da vida. Agora, no Brasil, estamos numa fase nova e mais perigosa. A bandeira de Deus é hasteada por um presidente que parece querer governar em seu nome.

A ideia de Deus – que deveria ser conjugada, no máximo, com os movimentos de liberação dos oprimidos e marginalizados – começa a se tornar, como nas piores teocracias, um curinga para encobrir políticas de obscurantismo. O Brasil passou da teologia da libertação de raiz católica, baseada na mensagem marxista da luta contra a injustiça, à conservadora “teologia da prosperidade” dos evangélicos, que promete novas utopias que adormecem as injustiças.

O novo Governo de Jair Bolsonaro, o presidente apaixonado em igual medida por Deus e pelas armas, vai necessitar de uma oposição para que a obsessão do “Deus acima de todos” não se transforme numa perigosa idolatria. Nada mais explosivo para a democracia que uma presença obsessiva da sombra de Deus por parte dos que governam um país laico por constituição.

Alguém terá de explicar aos evangélicos de boa fé, que são a grande maioria, e também os mais castigados pelas injustiças sociais, que Deus, mais que uma bandeira nas mãos de conservadores e políticos que o anulam como propriedade, deveria ser uma força de resistência contra as desigualdades sociais e as intolerâncias. A excessiva presença de Deus na política acaba sempre se tornando um oculto e cruel inimigo dos que sempre pagam o preço da opressão. Os piores ditadores, de qualquer cor política, acabaram convertidos em grandes apaixonados por Deus.

Nada pior para as massas mais desamparadas, sobre as quais recai sempre o peso da violência econômica e social, que um Deus ambíguo, transformado em arma para castigar, mais que na alvorada de uma ressurreição de seus sonhos. Nada menos cristão que frustrar, em nome de Deus, os sonhos dos que mais sofrem. Nada pior que tentar governar pelas mãos de Deus. Nada mais perigoso que o Deus que teme a discussão das ideias e a pluralidade dos desejos.

Não acredito que o sonho dos brasileiros, até dos mais pobres, seja o Deus militarizado que impõe uma obediência cega. Eu os vejo mais como seguidores do Deus dos limpos de coração, como aqueles que, mais que a justiça divina, temeram sempre a violência arbitrária dos que os escravizam. Sempre em nome desse Deus, curinga para justificar todas as opressões. O Deus dos escravos nunca será o Deus com o qual o poder mercadeja.

A luta dos povos indígenas para preservar sua cultura

Aldeia Luz da Paz em São Paulo
Vítimas de preconceito e violência desde a chegada dos europeus ao Brasil, indígenas seguem resistindo
Por: Isabela Alves
Muitas histórias teriam diferente repercussão se fossem contadas com outro ponto de vista. Há 517 anos, os povos indígenas já moravam nas terras brasileiras. Os colonizadores, por sua vez, se depararam com uma terra fértil, cheia de riquezas, água potável e o povo indígena despido.
“O nome índio quem deu foram os assaltantes dessa terra, o Brasil já era descoberto muito antes deles chegarem”, comenta José Carlos Lucas, 60 anos, músico e médico espiritual indígena.
Com o ‘descobrimento’ do Brasil, esse povo sofreu diversas violações, o que é pouco lembrado nos livros de história. “De acordo com relatos de pajés mais velhos, muitos não aceitaram ser escravos e tiveram que se separar, fugir ou foram assassinados”, conta o músico.
Os portugueses possuíam armas de fogo, enquanto os indígenas só tinham arcos e flechas. Os índios perderam suas terras e a liberdade para exercer sua cultura. Ainda hoje, o povo indígena luta para ter seu espaço respeitado e apenas deseja que sua cultura não desapareça.
“O Brasil é o único país que não dá valor a suas raízes, mas todos são um pouco índios. Existe violência contra a cor da pele, mas o espiritual é só um, o que importa mais é o ser da pessoa, todos são a mesma coisa”, afirma José Carlos.
Aldeia Tenondé-Porã
Atualmente, existem 896,9 mil indígenas em todo o território nacional, segundo o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Entre as regiões do Brasil, a maior parte está concentrada na região Norte, com 342,8 mil indígenas, e a menor no Sul, com 78,8 mil.
Entre as principais etnias indígenas brasileiras na atualidade estão a Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue ou Caigangue (25.000), Macuxi (20.000), Terena (16.000), Guajajara (14.000), Xavante (12.000), Ianomâmi (12.000), Pataxó (9.700) e Potiguara (7.700).

A preservação da cultura versus a tecnologia
Um dos grandes desafios para muitos desses povos é encontrar um equilíbrio entre a necessidade de preservar a própria cultura e a de se adaptar às mudanças no mundo. Um exemplo disso é o uso ou não da tecnologia dentro das aldeias. Em muitas delas, hoje já é possível encontrar televisões, celulares e notebooks.
“Não é que o índio deve ficar pelado, fumando cachimbo, o índio também evolui. Deve-se usar o celular, mas minha crítica sobre o uso do celular é para todo mundo, é uma questão de consciência. Todo mundo está jogando tudo em cima do celular, a internet dita o que devemos fazer com a nossa vida”, afirma José Carlos.
Enquanto os mais velhos buscam a preservação dos antigos costumes, alguns índios mais jovens buscam mais inclusão e seu lugar no mundo.
“As grandes cidades oferecem muitas facilidades, oferecem shopping, tênis, celular de última geração, e até as crianças de hoje em dia não querem mais saber de brincar na rua. O que se esperar de uma sociedade assim?”, observa o músico.
Aldeia Tenondé-Porã
Localizada em Parelheiros, zona Sul de São Paulo, a Aldeia Tenondé-Porã surgiu em 1987 e abriga 800 indígenas. Na aldeia, a comunicação entre os índios é sempre feita em guarani, sua primeira língua, e posteriormente os índios aprendem o português para que possam se comunicar com os visitantes.
Adriano Karaí Poty, coordenador do CECI
O Centro de Educação e Cultura Indígena Tenondé Porã (CECI) surgiu como uma exigência do governo para que as crianças da tribo não ficassem sem estudar. “Antigamente os princípios básicos de educação vinham da família, como respeitar a natureza, fazer artesanato e defender a nossa cultura. Quando surgiu o CECI, ele foi criado para atender o máximo de exigências nossas”, explica Adriano Karaí Poty, coordenador do CECI.
De acordo com o coordenador, os livros de história mal são usados, porque neles é mostrado apenas o ponto de vista do colonizador. “Os livros de história não falam que os bandeirantes mataram os índios para serem grandes hoje. Eles contribuíram para a perda de várias culturas indígenas, a morte de várias línguas e também houve a imposição da igreja nas comunidades”, explica Adriano.
De acordo com a Lei nº 11.645, de 20 de dezembro de 1996, é obrigatório o estudo da história da cultura afro-brasileira e indígena no ensino fundamental e ensino médio nas escolas públicas e privadas, para ressaltar a importância dessas culturas na formação da sociedade brasileira, mas, na prática, a lei não é aplicada como deveria.

Poucas escolas retratam o sofrimento e a luta indígena. Os livros reforçam uma imagem estereotipada dos indígenas e os mostra como pessoas que trocaram todas as suas riquezas por um espelho, que não possuíam alma por não serem catequizados, e que viviam preguiçosamente.
“No 19 de abril, Dia do Índio, tem festa de comemoração e um flash sobre a história. Mas chega a ser ridículo, porque o índio não é nada disso do que retratam nas escolas. A gente não se comunica com fogo e tambor, mas é o que eles passam”, afirma José Carlos Lucas.
Aldeia Luz da Paz
Localizada em Santana de Parnaíba, zona oeste de São Paulo, a Aldeia Luz da Paz é um centro espiritualista de crenças indígenas. Fundada em 2015, ela é um local onde se realizam orações, cânticos, cerimônias, ensinamentos da cultura e práticas do xamanismo ancestral.
Márcio Freitas, xamã da Aldeia Luz da Paz, e sua esposa
O xamã, também chamado de pajé, é um líder espiritual que, segundo acreditam os indígenas, recebe dons divinos, como poderes de profecia e cura.
“Eu recebi o meu dom aos 42 anos de idade. Hoje em dia existem poucos pajés e xamãs dentro da aldeia, porque muitos índios estão morando em casas como o homem branco. As aldeias aqui em São Paulo agora têm posto de saúde e os índios não estão mais se interessando muito por essa medicina”, comenta Márcio Freitas, de 46 anos, xamã da Aldeia.
Além da dificuldade de manter as culturas indígenas vivas, esses povos também enfrentam o desafio de preservar suas terras. A PEC 215 ilustra bem isso. A Proposta de Emenda Constitucional propõe delegar ao Congresso Nacional a decisão final sobre a demarcação de terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação no Brasil. A PEC também garante indenização em dinheiro aos proprietários das áreas demarcadas, além de incluir o marco temporal em que os povos indígenas e quilombolas só teriam direito à terra se estivessem nela em 5 de outubro de 1988. Na prática, isso gera rivalidade entre os produtores rurais e os indígenas.
Setores do governo acham que o índio é vagabundo, que não produz, mas na verdade, isso é uma luta de todos, independentemente se é índio ou não, porque se trata da preservação da natureza. Para nós, falta um pouco de sensibilidade do próprio povo da cidade, porque quer passar por cima de tudo. O agronegócio é importante, mas a vida das pessoas que moram nessas terras também é”, destaca José Carlos Lucas.
O direito ao território ancestral é uma garantia fundamental da Constituição, porque a terra é parte essencial da vida dos índios. Sem ela, condenam-se povos inteiros à morte física (genocídio) e cultural (etnocídio).

Um discurso inesquecível na defesa dos povos indígenas



Em setembro de 1987, Ailton Krenak, em discurso histórico no Congresso durante a Constituinte, falou:  “O povo indígena tem um jeito de pensar, de viver, que não coloca em risco sequer a existência dos animais que vivem em sua volta, quanto mais dos outros seres humanos. 

E hoje nós somos alvos de uma agressão que pretende atingir na essência a nossa fé, a nossa confiança de que ainda existe dignidade, de que ainda é possível construir uma sociedade que sabe respeitar os mais fracos, que sabe respeitar aqueles que não tem dinheiro pra fazer uma campanha incessante de difamação, que saiba respeitar um povo que sempre viveu a revelia de todas as riquezas. 

Um povo que habita casas cobertas de palha, que dorme em esteiras no chão, não deve ser identificado de jeito nenhum como um povo que é inimigo dos interesses do Brasil, e que coloca em risco qualquer desenvolvimento. 

O povo indígena tem regado com sangue cada hectare dos 8 milhões de km2 do Brasil. E os senhores são testemunhas disso.”

Brasileira PhD em Harvard supera fome e preconceito e soma 56 prêmios na carreira


Joana D’Arc Félix de Souza, 53 anos, superou a falta de estrutura na educação, fome e o preconceito por ser mulher e negra e tornou-se uma cientista PhD em química pela renomada Universidade de Harvard, dos Estados Unidos.

Atualmente soma 56 prêmios na carreira, com destaque para a eleição de ‘Pesquisadora do Ano’ no Kurt Politizer de Tecnologia de 2014, concedido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abquim).

Nascida na cidade de Franca, interior de São Paulo, filha de uma empregada doméstica e de um profissional de curtume.

A mãe empregada doméstica, ensinou a filha ler através de jornais na casa da patroa para que a Joana ficasse quieta enquanto ela trabalhava.

“Um dia, a diretora da escola Sesi foi visitar a dona da casa e perguntou se eu estava vendo as fotos do jornal. Respondi que estava lendo. Ela se surpreendeu, me pediu para ler um pedaço e eu li perfeitamente. Coincidentemente, era começo de fevereiro e ela sugeriu que eu fosse uns dias na escola. Se eu conseguisse acompanhar, a vaga seria minha. Deu certo e com 14 anos eu já terminava o ensino médio”

Ela escolheu cursar química pois estava acostumada a ver profissionais da área atuando com o couro, devido ao trabalho de mais de 40 anos do seu pai. “Uma professora tinha um filho que fez cursinho e pedi o material para ela. Meu pai e minha mãe não tinham estudo, mas me incentivavam. Eles tinham consciência de que eu só cresceria através de estudos”, relembra. “Passei a estudar noite e dia até entrar na Unicamp [Universidade Estadual de Campinas].”

A pesquisadora relembra do preconceito que sofreu, porém não se deixou abalar até conseguir o tão sonhado diploma. “O Brasil ainda é um país racista. Pode estar um pouco mais escondido, mas isso ainda existe. Mas não usei isso como obstáculo, e sim como uma arma para subir na vida”

Durante a faculdade, passava fome e pensou em desistir, mas seguiu em frente com determinação. A situação só melhorou quando ganhou um auxílio para a iniciação científica. “Quando recebi a primeira bolsa, corri para a padaria e gastei uns R$ 50 em doces para matar a vontade.”

Estimulada por professores a seguir na vida acadêmica e encantada pelo campo de pesquisa, Joana ainda concluiria mestrado e doutorado em Campinas – este último com apenas 24 anos. Um dos artigos da cientista saiu no Journal of American Chemical Society, e logo ela recebeu o convite para seguir os estudos nos Estados Unidos.

Concluiu o seu pós doutorado na Universidade de Harvard. Foi solicitado que ela aplicasse em seu trabalho um problema brasileiro, e ela optou pelos resíduos de curtume nas fábricas de calçados – ela desenvolveu dessas substâncias poluentes um fertilizante organomineral.

Joana foi questionada sobre a condição de trabalho em solo americano e no seu país natal, a cientista apontou um fator que faz muita diferença. “Nos Estados Unidos, eu pedia um reagente químico e em duas ou três horas conseguia. No Brasil, até eu arrumar dinheiro, fazer solicitação… Aqui tem mais burocracia. A questão de financiamento para pesquisa é bem mais rápida nos Estados Unidos”.

A morte de sua irmã de 35 anos por parada cardíaca – mesma causa do falecimento do pai – foi o motivo que a trouxe de volta ao Brasil, para cuidar da mãe e de quatro sobrinhos deixados pela irmã.

Novamente em Franca, a cientista procurou oportunidades em curtumes da cidade natal até que recebeu o convite para se tornar professora da ETEC em 2008. Joana ainda comandou pesquisa que resultou na produção de um tecido ósseo feito a partir de materiais também encontrados na natureza: escamas de peixes e colágeno de curtume.

300 dias - Quem Matou Marielle e Anderson



A não identificação dos mandantes e executores desse crime é responsabilidade do Estado, que não investiga e nem dá condições para uma investigação independente. Só poderemos impor justiça por Marielle com a mobilização e uma grande campanha política.

Por Redação de Esquerda Diário

Marielle foi assassinada para calar uma voz contra os golpistas e seus ataques. O assassinato mostrou a farsa dessa democracia burguesa, onde matam impunemente uma parlamentar mulher, negra e de esquerda.

A resposta ao assassinato foi imediata, com dezenas de milhares indo às ruas gritar “Marielle presente!” e “Não à intervenção no Rio de Janeiro” um dia depois de seu assassinato e de seu motorista, Anderson.

O rechaço massivo nas redes sociais e os atos em todo o país ecoaram um grito exigindo justiça por Marielle, mas também um sentimento político contra a intervenção federal, a violência policial e os avanços sobre os direitos que burguesia vem fazendo desde o golpe institucional.

A direita não se calou frente a essa comoção social e o descontentamento político, não faltaram “fake news” tentando desmoralizar a militância política de Marielle Franco, associando-a ao Comando Vermelho e ao crime organizado.

A direita mais reacionária também não perdeu tempo em ridicularizar a morte da vereadora do PSOL, Bolsonaro declarou ao Globo que se tratava de “mais uma morte no Rio de Janeiro” e o pastor Marco Feliciano fez uma piada nojenta dizendo que “a última vez que deram um tiro na cabeça de um esquerdista a bala demorou uma semana para achar o cérebro”. Esses dois representantes da direita racista, LGBTfóbica e machista apoiadores da intervenção federal no Rio deram o tom reacionário das críticas ao assassinato de Marielle, se colocando contra milhões de mulheres e homens trabalhadores, negros e negras, que rechaçavam em todo o país.

O assassinato de Marielle não só acentuou o debate sobre a intervenção federal e a violência estatal sobre o povo negro e de favelas, mas também a própria condução das investigações pela polícia civil do Rio de Janeiro, em particular a divisão de homicídios.

Uma investigação que não dá respostas

Desde seu assassinato até os dias de hoje, seis meses depois do ocorrido, pouco se sabe acerca da investigação. Sabe-se que as câmeras das redondezas de onde ocorreu o crime, no bairro do Estácio, Zona Norte do Rio foram desligadas um dia antes, fato que impossibilitaria de registrar a fuga dos criminosos. As armas usadas no dia do crime eram de uso restrito das forças de elite da polícia do Rio de Janeiro, submetralhadoras de alta precisão (calibre 9mm) e com silenciadores. Se aventou, inclusive nas mídias burguesas que se tratava de assassinos especializados, familiarizados com o uso específico daquelas armas.

A mídia ainda circulou a notícia da morte de um "líder comunitário" da Taquara, Zona Oeste do Rio como uma morte de queima de arquivo relacionada ao caso Marielle.

"Mônica Benício, companheira de Marielle, 
denunciou recentemente a precariedade da investigação 
porque só agora vieram pedir a senha 
do celular da vítima para perícia".

Mônica Benício também denunciou as ameaças de morte sofridas por ela, que evidenciam o quão frágil e inconsistentes são essas investigações que sequer intimidam os culpados.

Depois da hipótese investigativa de serem setores ligados diretamente às milícias, vários meses depois, há uma hipótese bem diferente, envolvendo a alta cúpula do PMDB do Rio. 

Foi isso que Marcelo Freixo também destacou, quando concedeu uma entrevista à revista Veja na qual relatou a possibilidade de serem os deputados do MDB (Jorge Picianni, Paulo Mello e Edson Alertassi) os mandantes do crime.

Fato é que nem os mandantes, nem os executores foram achados e que a investigação do assassinato de Marielle parece sem solução. Está demonstrado cabalmente como são investigações que não se pode confiar.