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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

300 dias - Quem Matou Marielle e Anderson



A não identificação dos mandantes e executores desse crime é responsabilidade do Estado, que não investiga e nem dá condições para uma investigação independente. Só poderemos impor justiça por Marielle com a mobilização e uma grande campanha política.

Por Redação de Esquerda Diário

Marielle foi assassinada para calar uma voz contra os golpistas e seus ataques. O assassinato mostrou a farsa dessa democracia burguesa, onde matam impunemente uma parlamentar mulher, negra e de esquerda.

A resposta ao assassinato foi imediata, com dezenas de milhares indo às ruas gritar “Marielle presente!” e “Não à intervenção no Rio de Janeiro” um dia depois de seu assassinato e de seu motorista, Anderson.

O rechaço massivo nas redes sociais e os atos em todo o país ecoaram um grito exigindo justiça por Marielle, mas também um sentimento político contra a intervenção federal, a violência policial e os avanços sobre os direitos que burguesia vem fazendo desde o golpe institucional.

A direita não se calou frente a essa comoção social e o descontentamento político, não faltaram “fake news” tentando desmoralizar a militância política de Marielle Franco, associando-a ao Comando Vermelho e ao crime organizado.

A direita mais reacionária também não perdeu tempo em ridicularizar a morte da vereadora do PSOL, Bolsonaro declarou ao Globo que se tratava de “mais uma morte no Rio de Janeiro” e o pastor Marco Feliciano fez uma piada nojenta dizendo que “a última vez que deram um tiro na cabeça de um esquerdista a bala demorou uma semana para achar o cérebro”. Esses dois representantes da direita racista, LGBTfóbica e machista apoiadores da intervenção federal no Rio deram o tom reacionário das críticas ao assassinato de Marielle, se colocando contra milhões de mulheres e homens trabalhadores, negros e negras, que rechaçavam em todo o país.

O assassinato de Marielle não só acentuou o debate sobre a intervenção federal e a violência estatal sobre o povo negro e de favelas, mas também a própria condução das investigações pela polícia civil do Rio de Janeiro, em particular a divisão de homicídios.

Uma investigação que não dá respostas

Desde seu assassinato até os dias de hoje, seis meses depois do ocorrido, pouco se sabe acerca da investigação. Sabe-se que as câmeras das redondezas de onde ocorreu o crime, no bairro do Estácio, Zona Norte do Rio foram desligadas um dia antes, fato que impossibilitaria de registrar a fuga dos criminosos. As armas usadas no dia do crime eram de uso restrito das forças de elite da polícia do Rio de Janeiro, submetralhadoras de alta precisão (calibre 9mm) e com silenciadores. Se aventou, inclusive nas mídias burguesas que se tratava de assassinos especializados, familiarizados com o uso específico daquelas armas.

A mídia ainda circulou a notícia da morte de um "líder comunitário" da Taquara, Zona Oeste do Rio como uma morte de queima de arquivo relacionada ao caso Marielle.

"Mônica Benício, companheira de Marielle, 
denunciou recentemente a precariedade da investigação 
porque só agora vieram pedir a senha 
do celular da vítima para perícia".

Mônica Benício também denunciou as ameaças de morte sofridas por ela, que evidenciam o quão frágil e inconsistentes são essas investigações que sequer intimidam os culpados.

Depois da hipótese investigativa de serem setores ligados diretamente às milícias, vários meses depois, há uma hipótese bem diferente, envolvendo a alta cúpula do PMDB do Rio. 

Foi isso que Marcelo Freixo também destacou, quando concedeu uma entrevista à revista Veja na qual relatou a possibilidade de serem os deputados do MDB (Jorge Picianni, Paulo Mello e Edson Alertassi) os mandantes do crime.

Fato é que nem os mandantes, nem os executores foram achados e que a investigação do assassinato de Marielle parece sem solução. Está demonstrado cabalmente como são investigações que não se pode confiar.

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