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domingo, 6 de janeiro de 2019

Conheça a trajetória de Paulo Freire, educador referência e alvo do governo Bolsonaro



Paulo Reglus Neves Freire nasceu em Recife, no estado de Pernambuco, no dia 19 de setembro de 1921. Seus pais chamavam-se Joaquim Temístocles Freire e Edeltrudes Neves Freire.

Com o falecimento do seu pai, capitão da Polícia Militar, era difícil para a mãe assegurar as condições para os filhos, tal como manter Paulo Freire na escola. Paulo Freite tinha apenas 13 anos.

Foi quando sua mãe pediu ajuda e o diretor do Colégio Oswaldo Cruz o tornou auxiliar de disciplina, além de ter concedido matrícula gratuita. Mais tarde, Paulo Freire tornou-se professor de língua portuguesa na mesma escola.

Na Universidade, estudou direito. Casou, teve 5 filhos e lecionou Filosofia, até que conquistou o cargo de diretor do setor de Educação e Cultura do Serviço Social da Indústria.

Após ser perseguido pelo regime militar, em decorrência do seu método de alfabetização considerado ameaçador, foi preso depois do golpe militar de 64. Tudo começou quando João Goulart, então presidente do Brasil, o convidou para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização.

Depois de ficar preso durante alguns meses, foi exilado, permanecendo durante 16 anos fora do país, primeiramente no Chile, depois na Suíça.

Lecionou no Estados Unidos, em Harvard em 1969, e na Suíça trabalhou como consultor especial do Departamento de Educação do Conselho Municipal das Igrejas.

Em tantos países subdesenvolvidos, também trabalhou em consultoria educacional até que regressou ao Brasil na década de 80. Após o exílio, em 1989, Paulo Freire se tornou secretário da educação no município de São Paulo. Mas antes lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Recebeu vários prêmios, dentre os quais: Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento (Bélgica, 1980), Prêmio UNESCO da Educação para a Paz (1986) e Prêmio Andres Belloda Organização dos Estados Americanos, como Educador do Continentes (1992).

Reconhecido internacionalmente, o educador célebre também recebeu cerca de 40 títulos de Doutor Honoris Causa.

Faleceu em São Paulo no dia 2 de maio de 1997 em decorrência de um infarto.

Método Paulo Freire

O método de alfabetização de Paulo Freire, conhecido como método inovador no ensino da alfabetização, foi adotado pela primeira vez no Rio Grande do Norte, em 1962.

Na ocasião, alfabetizou 300 trabalhadores agrícolas no âmbito do projeto a que chamou “Quarenta horas de Angicos”.

Para o educador, as cartilhas não beneficiavam a aprendizagem, porque distanciavam-se da realidade dos alunos. Assim, no caso dos adultos, a alfabetização deveria fazer referência ao seu cotidiano em termos laborais e não só.

O método de Paulo Freire surgiu da sua preocupação com os excluídos, principalmente os analfabetos das zonas rurais. Envolvia política, no sentido de promover a crítica e atuação das pessoas na sociedade.

Quando estava exilado, desenvolveu seu trabalho de alfabetização de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária.

Obras

Cartas à Guiné-Bissau (1975)
Educação e mudança (1981)
A importância do ato de ler em três artigos que se completam (1982)
Pedagogia da esperança (1992)
Política e educação (1993)
À sombra desta mangueira (1995)

Frases

"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."

"A Educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática."

"Não se pode falar de educação sem amor."

"Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor."

"A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa."

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