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quinta-feira, 20 de junho de 2024

Origem e história da quadrilha junina

 


A origem da quadrilha junina está relacionada à forma de dançar do country dance da Inglaterra, por volta do século XVIII.

Com a Guerra dos Cem Anos, essa maneira de dançar foi compartilhada na França, região da Normandia. Os franceses modificaram a expressão e criaram a dança palaciana, praticada pela nobreza da época.

Em seu princípio, a quadrilha surgiu de uma contradança organizada em duas filas, uma de frente à outra, com quatro ou oito casais. A forma dos participantes que se estabelecia no espaço era um quadrado, por isso o nome em francês, quadrilles.

A chegada da quadrilha ao Brasil ocorreu tanto por meio da vinda da Família Real Portuguesa, em 1808, quanto por escravizados europeus que vieram ao Brasil após a Lei Eusébio de Queirós. Os europeus trouxeram, por meio dos nobres ou dos escravizados, costumes e expressões que eram comuns por lá.

Salões da Corte nas cidades de Salvador e Rio de Janeiro foram espaços que receberam as apresentações de quadrilha nesse período. Nessas ocasiões era comum a presença de Dom Pedro I. A apresentação pública da quadrilha nesses locais permitiu a popularização da dança entre as pessoas.

Com a Proclamação da República, a quadrilha passou a ser amplamente difundida nas regiões interioranas brasileiras.

Auguste de Saint-Hilare foi um dos estrangeiros que descreveram as Festas Juninas realizadas no interior brasileiro no século XIX.

A modernização brasileira, intensificada desde os anos 1950, provocou a migração das pessoas do campo às cidades. Nesse processo, a quadrilha junina passou a ser compartilhada nos centros urbanos enquanto uma manifestação de pessoas do campo, e não mais como uma dança palaciana.

Ao longo do tempo, a quadrilha sofreu transformações no ritmo e nas coreografias, deixando as características europeias. Assim, ritmos brasileiros, indígenas e afro-americanos foram incorporados na quadrilha, tais como o xaxado, a marcha, o galope, o baião e o coco.

A consolidação da quadrilha com elementos brasileiros ocorreu ao longo do século XX. A obra de Luiz Gonzaga, natural de Pernambuco, foi responsável por compartilhar o baião, e outros ritmos musicais nordestinos, bem como por fortalecer a identidade brasileira da quadrilha que é conhecida atualmente. Gonzaga lançou em 1965 o disco de vinil Quadrilhas e marchinhas juninas. O repertório musical da obra está intimamente relacionado às danças de quadrilha.

Entre as danças de matrizes culturais diferentes que influenciaram a quadrilha junina estão: toré (ameríndios), contradança (europeus) e ijexá/samba-afro (africanos).

Características da quadrilha

Entre os elementos que formam a quadrilha estão os passos, as roupas e a música. Veja sobre cada um deles a seguir.

→ Passos de quadrilha

Na quadrilha, a dança é seguida com base em um roteiro formado por um conjunto de passos que conduzem os movimentos que os participantes executam.

A apresentação da quadrilha está relacionada com a realização de um casamento. Essa cerimônia está associada ao santo casamenteiro, o Santo Antônio, homenageado na Festa Junina. Os noivos da quadrilha formam o primeiro casal da apresentação, isto é, eles determinam o rumo dos demais participantes em alguns momentos.

Veja, a seguir, os passos de quadrilha:

Caminho da festa: início da apresentação, os noivos entram na frente, em seguida os demais pares, de braços dados.

Caminho da roça: os pares se desfazem, ficando um atrás do outro, em uma única fila.

Cumprimento: damas e cavalheiros se separam, e um, de cada vez, cumprimenta seu par com uma flexão de tronco à frente.

Olha a chuva: os participantes mudam de direção (meia volta) e colocam a mão na cabeça.

Já passou: é falado após o “olha a chuva”, assim todos dão meia volta, mudando novamente de direção.

Damas ao centro: elas formam uma roda ao centro, enquanto os cavalheiros formam uma grande roda externa.

Coroa de rosas: passo feito após o “damas ao centro”. Os cavalheiros ficam de mãos dadas e se aproximam da roda das damas, erguem os braços como se fosse uma coroação. Após isso, eles abaixam os braços, passando-os à frente. Assim, todos entrelaçados podem girar em movimento à direita ou à esquerda.

Balancê: todos balançam os braços no ritmo da música.

Olha o túnel: damas e cavalheiros ficam um de frente para o outro e dão as mãos formando um túnel. Os noivos entram no túnel e os casais fazem o mesmo em sequência.

Olha a cobra: todos pulam, gritam e mudam de direção.

Caracol: todos formam uma grande roda. A noiva solta a mão do noivo e puxa os outros para dentro da roda

→ Roupas de quadrilha

As roupas de quadrilha fazem parte da realidade caipira ou matuta, ou seja, do vestuário de pessoas que vivem no campo ou que remetem à vida na zona rural.

Os homens costumam vestir camisas xadrez, utilizam chapéus de palha, e também desenham bigode e cavanhaque no rosto.

Já as mulheres usam vestidos coloridos, ficam de tranças ou de maria-chiquinha e fazem sardinhas no rosto.

É comum também pessoas do mesmo gênero dançarem como um par, entretanto, as características da vestimenta permanecem. Por exemplo, duas meninas dançando juntas, uma delas estará caracterizada de cavalheiro.

→ Músicas de quadrilha

As músicas de quadrilha pertencem ao repertório caipira e sertanejo. Os principais instrumentos utilizados são: sanfona, viola, violão, zabumba e triângulo. Entre os gêneros musicais presentes nas danças de quadrilha estão o forró e o baião.

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