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sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Povos Indígenas se destacam na luta contra a Usina Nuclear em Itacuruba


Os Povos Indígenas do Sertão de Itaparica, no interior do Estado de Pernambuco, vem ao longo dos últimos anos se destacando em diversas lutas na região.

Atualmente, uma das lutas que tem tomado grande expressividade é o posicionamento contrário à possível instalação de uma Usina Nuclear no município de Itacuruba.

Destacamos aqui a participação do Povo Pankará da Aldeia Serrote dos Campos, em momento de espiritualidade durante encontro realizado pela Diocese de Floresta, no dia 5 de novembro de 2019.

Vejam os vídeos:




Diocese de Floresta realiza Caminhada Pela Paz


Dom Gabriel Marchesi, Bispo Diocesano de Floresta
Nesta quinta feira dia 14 de novembro de 2019, a Diocese de Floresta, no sertão de Pernambuco, realizou mais uma edição da Caminhada Pela Paz.

Em suas palavras, o Bispo Diocesano, Dom Gabriel Marchesi, elogiou o empenho das equipes envolvidas no Projeto Cultura de Paz, que resultou neste momento e alertou para a importância de pensar e atuar com fraternidade, para a consolidação das políticas públicas, que levem em consideração o bem maior que é o ser humano e a necessidade de uma vida digna.

Confiram a seguir as palavras de Dom Gabriel.

A iniciativa da Caminhada Pela Paz, tem relação direta com a culminância do Projeto de Cultura de Paz da Diocese, que atua em várias escolas do município, a partir da Campanha da Fraternidade.

A caminhada teve início no Parque de Exposição da cidade, passando por várias ruas principais, com paradas reflexivas, concluindo-se na Escola Municipal Major João Novaes, aonde foram expostos os trabalhos e atividades realizadas durante o ano.


Além de várias outras apresentações realizadas por escolas municipais participantes do Projeto, o Instituto Cultural Raízes com o Projeto Arte e Vida, realizou a acolhida dos participantes em sua chegada à Escola Major João Novaes, ao ritmo do Afoxé, apresentando músicas afirmativas e convidando a todos para a Celebração da Consciência Negra, que ocorrerá no dia 23 de novembro no bairro DNER.

Apresentação de Afoxé do Instituto Cultural Raízes / Projeto Arte e Vida

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Projeto Cultura de Paz, realiza avaliação e planejamento


No dia 08 próximo passado, o Projeto Cultura de Paz, realizou encontro de avaliação e planejamento, no Centro de Formação da Diocese de Floresta.

Com a participação de equipes das cidades de Floresta. Jatobá, Inajá e Itacuruba, os coordenadores(as) do Projeto de Cultura de Paz, avaliaram num primeiro momento, como está sendo desenvolvido o Projeto nas referidas cidades, as dificuldades e avanços alcançados.

Num segundo momento, os(as) participantes refletiram sobre vários pontos a serem abordados no próximo ano, junto ao tema da Campanha da Fraternidade e também no campo das Políticas Públicas.

Confiram mais fotos do encontro:







sexta-feira, 8 de novembro de 2019

CARTA DE FLORESTA - SOBRE A USINA NUCLEAR


CARTA DE FLORESTA

A todas as pessoas de boa vontade, Às lideranças políticas do País, dos Estados da Bacia do Rio São Francisco e, mais precisamente, do Sertão de Itaparica 

“Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram” (Rm 12,15)

Floresta, 06 de novembro de 2019

Nós, bispos, presbíteros, diáconos, religiosas, leigos e leigas, representantes das comunidades quilombolas e de povos indígenas, pesquisadores e estudantes, reunidos em Floresta – PE nos dias 5 e 6 de novembro de 2019, chamados, como cristãos, a sermos solidários com toda criatura humana e com a natureza, e a fazer da nossa vida e da nossa fé um sinal e um instrumento do amor de Deus para com todas as suas criaturas, sentimo-nos impelidos a escutar o povo de Itacuruba e da região do Sertão de Itaparica a respeito das esperanças e dos temores suscitados pelo projeto de implantação de um complexo nuclear naquele município, à beira do rio São Francisco. Escutar para entender, para se informar, para solidarizar-se, escutar como estilo de caminhar juntos, a fim de que todos possam ser protagonistas das suas vidas e do seu futuro. Em tudo, fomos conduzidos e iluminados pela constatação de que progresso e desenvolvimento só são verdadeiros e reais quando promovem a vida, a partir da vida dos mais necessitados, e não a economia e o lucro de uma restrita elite.

Nossa primeira preocupação é com a vida de quantos moram na região, com o trabalho, a cultura, o futuro, a possibilidade de um crescimento e de um desenvolvimento de acordo com as suas caraterísticas, tradições, possibilidades e aspirações.

O povo que mora em Itacuruba e na região tem rosto e tem nome, história que fala de promessas não cumpridas, quando foi tirado de sua terra pela construção das barragens da hidrelétrica, de esperanças frustradas pela impossibilidade de continuar a trabalhar dignamente para a sua vida, de depressão, de suicídio entre os jovens que não aceitam ter uma vida fútil e sem sentido, reduzida ao consumismo. Sentimos, nas falas deste povo, o drama de quem desejaria mostrar suas forças e energias para o presente e o futuro, mas não tem perspectivas. Esse povo não sente a necessidade de usina nuclear, não acredita em promessas que já ouviu trinta anos atrás e que resultaram na situação problemática em que hoje vive.

Progresso não pode ser palavra bonita, mas vazia, não pode significar imposição de um modelo de vida baseado no ter e que acarreta problemáticas sociais muito fortes. Com quais instrumentos de conhecimento, com quais estruturas sociais o povo de Itacuruba e região irá enfrentar a transformação decorrente da chegada de muitas pessoas na sua terra? Quais serão as possibilidades de desenvolver harmoniosamente a sua vida no futuro próximo? Temos, de fato, uma grande responsabilidade também com as próximas gerações, pois as nossas escolhas, ainda mais em casos como este, sempre vão gerar consequências importantes. Diz o Papa Francisco na sua Encíclica Laudato Sí: “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão crescendo? Esta pergunta não toca apenas o meio ambiente de maneira isolada, porque não se pode pôr a questão de forma fragmentária. Quando nos interrogamos acerca do mundo que queremos deixar, referimo-nos sobretudo à sua orientação geral, ao seu sentido, aos seus valores... se esta pergunta é posta com coragem, leva-nos inexoravelmente a outras questões muito diretas: Com que finalidade passamos por este mundo? Para que viemos a esta vida? Para que trabalhamos e lutamos? Que necessidade tem de nós esta terra? Por isso, já não basta dizer que devemos preocupar-nos com as gerações futuras; exigese ter consciência de que é a nossa própria dignidade que está em jogo” (LS 160).

Por toda esta série de considerações, denunciamos os erros do passado e pensamos que eles deveriam nos ajudar a refletir melhor para que não sejam repetidos e, sobretudo, a não tomar decisões sem escutar os interessados.

A saúde do rio São Francisco também nos preocupa, porque, dele e com ele, o nosso povo vive e cresce, e não pode ser considerado como um instrumento de lucro por uma técnica que sabe fazer muitas coisas, mas que, até agora, raramente foi colocada a serviço da vida plena da nossa casa comum.

Todos aceitam com entusiasmo a possibilidade de uma vida melhor, mas isso significa acesso à educação e à saúde, possibilidade de um trabalho real e contínuo, justiça social e defesa das culturas; significa, sobretudo, unir a população e vislumbrar outros modelos de desenvolvimento pautados no princípio da dignidade da vida humana. É esse o tipo de desenvolvimento de que estamos precisando, algo que faça do povo de Itacuruba e região não pessoas que recebem uma “recompensa” por hospedar um complexo nuclear difícil de aceitar, mas que poderão afirmar sua plena pertença a um País e contribuir para o crescimento dele com humildade e ousadia.

Conclamamos todos os homens e mulheres de boa vontade, independentemente de suas convicções político-ideológicas, a conhecerem os estudos técnicos e sócio-antropológicos relativos à temática, e a se comprometerem com a defesa e a promoção da vida dos povos, do Rio São Francisco e do meio ambiente como um todo, a fim de que “todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10).

Dom Gabriel Marchesi 
Bispo diocesano da Diocese de Floresta 

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa 
Presidente da CNBB Regional NE 2 

Dom Antônio Carlos Cruz Santos 
Vice-Presidente da CNBB Regional NE 2 

Dom Limacêdo Antonio da Silva 
Presidente da Comissão Regional Pastoral para a Ação Sociotransformadora

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Diocese de Floresta realiza encontro sobre a Usina Nuclear em Itacuruba, no Sertão de Pernambuco

Dom Gabriel Marchesi, Bispo Diocesano de Floresta
A Diocese de Floresta, no sertão de Pernambuco, iniciou na terça-feira dia 5 de novembro de 2019, a realização de importante evento, tendo como tema central "O Rio São Francisco e suas energias: impactos e desafios".

O objetivo do evento que conta com a presença de vários bispos do Regional Nordeste 2 da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, é dar voz aos vários seguimentos sociais e conhecer os argumentos, contrários e favoráveis, à instalação de uma usina nuclear na região. 

Para tanto, serão ouvidos vários especialistas, além de lideranças indígenas, quilombolas e outras comunidades da região que vivem da pesca e da agricultura, bem como outros seguimentos que podem ser impactados por um empreendimento desta magnitude.

Encontro dos Bispos com lideranças populares em Itacuruba
A programação teve início na parte da manhã, com a realização de encontro aberto ao público, na Igreja matriz da cidade de Itacuruba, aonde se fizeram presentes os Bispos, lideranças locais e de cidades circunvizinhas, que expressaram suas preocupações e opiniões, em sua maioria, contrárias a instalação da usina nuclear na região.

Um dos momentos de maior significado foi a participação dos povos indígenas, especialmente, do Povo Pankará de Itacuruba, do Serrote dos Campos, que expressaram com as Toantes do Toré e nas falas das lideranças, seu posicionamento contrário a instalação da usina.

Lideranças do Povo Pankará cantando suas Toantes
Na parte da tarde, em Floresta, no Centro de Formação da Diocese, teve início a programação de palestras e debates sobre a importância do Rio São Francisco para o nordeste e para a região, os impactos de ações governamentais anteriores e as consequências de uma usina nuclear na região.

O encontro seguiu pela noite e serão retomadas as discussões nesta quarta-feira dia 06, com o debate sobre a realidade histórica de Itacuruba e a respeito das próximas iniciativas a serem encaminhadas, no sentido de proporcionar a conscientização sobre os riscos e consequências de tal iniciativa.

Todo o evento é promovido pela Diocese de Floresta, em conjunto com a Comissão Regional Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB. 

Na Carta Encíclica Laudato Si', de 2015, o Papa Francisco aconselha a Igreja a discutir com a sociedade os temas de interesse de nossa "Casa Comum", como diz o texto. "Quando surgem eventuais riscos para o meio ambiente que afetam o bem comum presente e futuro, esta situação exige que as decisões sejam baseadas num confronto entre riscos e benefícios previsíveis para cada opção alternativa possível".

O Encontro desta quarta acontece no Centro de Formação da Diocese de Floresta, na Avenida Manoel Alves de Carvalho, S/N e é aberto ao público.